<span class="abre-texto">Transitando pela vida</span>, de um fenômeno humano a outro, meu olhar e minha atenção são atraídos para a coreografia dos relacionamentos. Suas complexidades, suas múltiplas dimensões. Uma delas parece-me especialmente central nos contatos humanos e bem por isso item muito lembrado nas análises das convivências. A maneira como as pessoas se comunicam ou deixam de se comunicar altera todo o processo vital que segue aquele momento, dure o tempo que durar.
Imagino a jornada de convivência como uma estrada na qual belezas e obstáculos se alternam. Conviver e contemplar pode ser a aventura de uma vida.
No entanto, é muito comum que os caminhantes sigam juntos por um tempo até que um equívoco no diálogo inicia um movimento divergente que pode escalar até a ruptura. Cada um pode iniciar sua caminhada solitária ao tomar um desvio, ou pior, seguem juntos em silêncio, uma espécie sofisticada de morte em vida. Sem expressar pensamentos, sentimentos ou necessidades e expectativas, estarão cada um à beira de variados colapsos, à busca de alianças com outras pessoas. Pois como humanos precisamos de contato, presença, validação, valorização, atenção, respostas!
Na minha percepção, diálogo não são só as palavras. São gestos, expressões, olhares – qualquer forma de contato. As palavras complementam ou complexificam o contato. A raposa, personagem do magnifico livro O pequeno príncipe, de Saint Exupéry, orienta o menino quanto ao caminho do “cativar”:
“Se tu queres um amigo, cativa-me! Que é preciso fazer? perguntou o principezinho. É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto”.
E espia só o mundo onde estamos! Correria, pressa, olhar grudado nos pequenos retângulos espelhados, atenção espalhada entre o que aconteceu e o que precisa acontecer já, agora, rápido. De vez em quando penso que dentre as inúmeras fantasias que envolvem e sedam os seres humanos, há uma relacionada ao tempo: que um dia, sabe lá quando, poderei prestar atenção aos meus companheiros de jornada, um dia poderei ouvir e perceber as pessoas à minha volta; um dia prestarei atenção em mim mesma e saberei quem sou e do que preciso.
E nestes redemoinhos enlouquecedores se perdem propósitos, projetos, pessoas, companhias e países.
O que fazer, afinal de contas?
Tenho uma proposta revolucionária, mas não inovadora. Gentileza é seu nome.
E não é algo que vem junto com o pacote humano, como acessório. Gentileza é aprendida. É repertório capturado pela criança ao observar e interagir com os adultos a sua volta.
Gentileza ao falar e gentileza ao ouvir supõem qualidade de presença. Supõem sintonização com as pessoas. Sintonizar é ajustar o canal, identificar e conectar o mundo de significados do outro e abrir as conexões de escuta.
Gentileza é expressada pela conexão empática, pelo olhar validador, por palavras e gestos que incluem e reconhecem as pessoas.
Gentileza se origina em uma decisão, em uma deliberação consciente pelo cuidado consigo, com o outro e pelo fluxo de comunicação.
Falar com gentileza é ter consciência do impacto potencial causado no outro por palavras, gestos, expressões. E é, de fato, o entendimento de algo relativamente simples: afinal de contas, o que desejo que o outro entenda?
Falar e escutar com gentileza, além de gerar economia do recurso sem reposição que é o tempo pode: fortalecer relacionamentos, viabilizar resultados, reduzir o estresse de ambientes e situações difíceis (a gentileza pode ser o canal de resposta rápida a crises!).
Falar e escutar com gentileza também é o que pode fortalecer o desenvolvimento das pessoas, nos seus diferentes ambientes. Comunidade familiar, empresas, escolas. A gentileza pode abrir espaços de compreensão e de acolhimento dos pensamentos complementares ou contraditórios.
Pequenos gestos gentis pode ser o início. Já pensou se, ao invés destes debates absurdos e violentos a que assistimos de vez em quando, as autoridades escolhessem um diálogo emocionalmente educado e juntos elaborassem projetos para a população? Já pensou se as ofensas e as falas violentas fossem substituídas por animados diálogos gentis e propositivos?
Ah, e antes que me esqueça: ser gentil não significa ser fraco ou condescendente, ou submisso, ou venal.
A gentileza é plantada na coragem e na decisão. Coragem de ouvir a si, entender seus motivos e coragem para expressar suas necessidades e expectativas gentilmente.
Como escrevi. Revolucionário, mas não muito inovador. Minha Vó Nenê, há tempos, já nos ensinava a gentileza: sendo gentil.
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.
<span class="abre-texto">Transitando pela vida</span>, de um fenômeno humano a outro, meu olhar e minha atenção são atraídos para a coreografia dos relacionamentos. Suas complexidades, suas múltiplas dimensões. Uma delas parece-me especialmente central nos contatos humanos e bem por isso item muito lembrado nas análises das convivências. A maneira como as pessoas se comunicam ou deixam de se comunicar altera todo o processo vital que segue aquele momento, dure o tempo que durar.
Imagino a jornada de convivência como uma estrada na qual belezas e obstáculos se alternam. Conviver e contemplar pode ser a aventura de uma vida.
No entanto, é muito comum que os caminhantes sigam juntos por um tempo até que um equívoco no diálogo inicia um movimento divergente que pode escalar até a ruptura. Cada um pode iniciar sua caminhada solitária ao tomar um desvio, ou pior, seguem juntos em silêncio, uma espécie sofisticada de morte em vida. Sem expressar pensamentos, sentimentos ou necessidades e expectativas, estarão cada um à beira de variados colapsos, à busca de alianças com outras pessoas. Pois como humanos precisamos de contato, presença, validação, valorização, atenção, respostas!
Na minha percepção, diálogo não são só as palavras. São gestos, expressões, olhares – qualquer forma de contato. As palavras complementam ou complexificam o contato. A raposa, personagem do magnifico livro O pequeno príncipe, de Saint Exupéry, orienta o menino quanto ao caminho do “cativar”:
“Se tu queres um amigo, cativa-me! Que é preciso fazer? perguntou o principezinho. É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto”.
E espia só o mundo onde estamos! Correria, pressa, olhar grudado nos pequenos retângulos espelhados, atenção espalhada entre o que aconteceu e o que precisa acontecer já, agora, rápido. De vez em quando penso que dentre as inúmeras fantasias que envolvem e sedam os seres humanos, há uma relacionada ao tempo: que um dia, sabe lá quando, poderei prestar atenção aos meus companheiros de jornada, um dia poderei ouvir e perceber as pessoas à minha volta; um dia prestarei atenção em mim mesma e saberei quem sou e do que preciso.
E nestes redemoinhos enlouquecedores se perdem propósitos, projetos, pessoas, companhias e países.
O que fazer, afinal de contas?
Tenho uma proposta revolucionária, mas não inovadora. Gentileza é seu nome.
E não é algo que vem junto com o pacote humano, como acessório. Gentileza é aprendida. É repertório capturado pela criança ao observar e interagir com os adultos a sua volta.
Gentileza ao falar e gentileza ao ouvir supõem qualidade de presença. Supõem sintonização com as pessoas. Sintonizar é ajustar o canal, identificar e conectar o mundo de significados do outro e abrir as conexões de escuta.
Gentileza é expressada pela conexão empática, pelo olhar validador, por palavras e gestos que incluem e reconhecem as pessoas.
Gentileza se origina em uma decisão, em uma deliberação consciente pelo cuidado consigo, com o outro e pelo fluxo de comunicação.
Falar com gentileza é ter consciência do impacto potencial causado no outro por palavras, gestos, expressões. E é, de fato, o entendimento de algo relativamente simples: afinal de contas, o que desejo que o outro entenda?
Falar e escutar com gentileza, além de gerar economia do recurso sem reposição que é o tempo pode: fortalecer relacionamentos, viabilizar resultados, reduzir o estresse de ambientes e situações difíceis (a gentileza pode ser o canal de resposta rápida a crises!).
Falar e escutar com gentileza também é o que pode fortalecer o desenvolvimento das pessoas, nos seus diferentes ambientes. Comunidade familiar, empresas, escolas. A gentileza pode abrir espaços de compreensão e de acolhimento dos pensamentos complementares ou contraditórios.
Pequenos gestos gentis pode ser o início. Já pensou se, ao invés destes debates absurdos e violentos a que assistimos de vez em quando, as autoridades escolhessem um diálogo emocionalmente educado e juntos elaborassem projetos para a população? Já pensou se as ofensas e as falas violentas fossem substituídas por animados diálogos gentis e propositivos?
Ah, e antes que me esqueça: ser gentil não significa ser fraco ou condescendente, ou submisso, ou venal.
A gentileza é plantada na coragem e na decisão. Coragem de ouvir a si, entender seus motivos e coragem para expressar suas necessidades e expectativas gentilmente.
Como escrevi. Revolucionário, mas não muito inovador. Minha Vó Nenê, há tempos, já nos ensinava a gentileza: sendo gentil.
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.