Corrida para a Prefeitura de Curitiba

Opinião

Tragédia e resiliência: o desafio de recomeçar e criar novas memórias

Recomeço após tragédias: desafios do desapego, reconstrução de memórias e fortalecimento pessoal.Recomeço após tragédias: desafios do desapego, reconstrução de memórias e fortalecimento pessoal.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly

Depois de grandes tragédias, catástrofes ou eventos emocionalmente impactantes, chega o momento do recomeço. Recomeçar não significa iniciar algo do zero, mas sim partir do ponto onde paramos. Nesse reinício, por vezes, nos vemos desorientados, sem saber identificar, na confusão do momento, de onde partir e para onde ir. Estamos machucados, sensíveis, e a emoção toma conta. Planos e ações parecem impossíveis, como se fossem inalcançáveis.

Tenho assistido a diversos vídeos que falam sobre o desapego dos bens materiais, pois são transitórios, e penso no quanto isso é complexo. Atribuímos valor aos bens materiais, mas não estou falando apenas dos objetos, e sim de todas as memórias e significados que os envolvem.

A casa não é apenas uma residência; é o lugar seguro de alguém, a garantia de ter para onde ir ao fim do dia. Foi o local construído ou adquirido com esforço, trabalho e decisões difíceis, feitas em prol dessa conquista, e que significa muito mais do que o próprio bem.

Aquele presente especial, dado por uma pessoa importante, que sempre esteve por perto cuidando de tudo e de todos, que sempre ofereceu um colo ou uma palavra amorosa e de incentivo, representa todas as memórias e momentos especiais ao lado daquela pessoa.

Parte da minha família mora no Rio Grande do Sul, o que me permitiu acompanhar de perto a grande tragédia recente. Ao visitá-los para dar início ao mutirão de limpeza, me deparei com a realidade da reconstrução após a água baixar.

Objetos significativos desmontados, cobertos pela lama, quebrados, perdidos em momentos de catástrofes, são empilhados pela força do vento ou da água, ou até mesmo após uma seleção do que fica e do que vai embora. Essas pilhas podem ser apenas lixo para aqueles que não sabem reconhecer ou não foram marcados por elas.

Porém, individualmente, cada objeto dessa pilha tem um significado, uma história, uma memória, um valor imensurável. Sob essa perspectiva, sim, é difícil desapegar.

Algo importante de ser lembrado é que, se esses objetos têm valor emocional, eles nos marcaram de alguma maneira e, independentemente da existência física deles, a história e a memória emocional estarão para sempre conosco. Daqui em diante, novas memórias serão construídas a partir das histórias vividas.

Algumas coisas fazemos questão de devolver para a enchente ou para a tempestade, pois não cabem mais na nossa vida e nos nossos espaços. Esses são bem mais fáceis de abrir mão.

Quando eventos emocionalmente impactantes ocorrem na nossa vida, imagino processos semelhantes acontecendo dentro de nós. Um evento externo ocorre e nos desestrutura por dentro, nos tira nosso alicerce, faz a gente se sentir perdido ou sem chão. Depois que o evento "assenta", precisamos recomeçar, limpar dentro da gente o que precisa ser limpo, encontrar partes de nós que parecem perdidas, remontar essas partes dando novos significados e formas a elas, e decidir que algumas coisas dentro de nós simplesmente precisam ser abandonadas, para que novos eventos ou pessoas aconteçam para nós, criando novas possibilidades para os espaços vazios.

Em um primeiro momento, tudo isso pode parecer impossível, mas, aos poucos, os pedaços vão se encaixando, tomando forma e nos apresentando novos ganhos, novas formas, antes desconhecidas.

Por vezes somos forçados a escolher novos caminhos, mas só somos capazes de tomar essas decisões e seguir adiante porque tudo isso apenas nos fortaleceu.

Última atualização
7/6/2024 10:16
Carolina Schmitz da Silva
Head Administrativo no Instituto MIR. Mentora Integrativa Relacional Educadora e Supervisora, Analista Transacional Certificada para as áreas organizacional e educacional e Membro Didata em formação– UNAT Brasil, Psicóloga CRP 08/14963, especialista em desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas. Pesquisadora do comportamento humano, autora de artigos/livro publicados sobre o tema.

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:52

Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:22

O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).

O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.

Opinião

Tragédia e resiliência: o desafio de recomeçar e criar novas memórias

Recomeço após tragédias: desafios do desapego, reconstrução de memórias e fortalecimento pessoal.Recomeço após tragédias: desafios do desapego, reconstrução de memórias e fortalecimento pessoal.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly
Carolina Schmitz da Silva
Head Administrativo no Instituto MIR. Mentora Integrativa Relacional Educadora e Supervisora, Analista Transacional Certificada para as áreas organizacional e educacional e Membro Didata em formação– UNAT Brasil, Psicóloga CRP 08/14963, especialista em desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas. Pesquisadora do comportamento humano, autora de artigos/livro publicados sobre o tema.

Depois de grandes tragédias, catástrofes ou eventos emocionalmente impactantes, chega o momento do recomeço. Recomeçar não significa iniciar algo do zero, mas sim partir do ponto onde paramos. Nesse reinício, por vezes, nos vemos desorientados, sem saber identificar, na confusão do momento, de onde partir e para onde ir. Estamos machucados, sensíveis, e a emoção toma conta. Planos e ações parecem impossíveis, como se fossem inalcançáveis.

Tenho assistido a diversos vídeos que falam sobre o desapego dos bens materiais, pois são transitórios, e penso no quanto isso é complexo. Atribuímos valor aos bens materiais, mas não estou falando apenas dos objetos, e sim de todas as memórias e significados que os envolvem.

A casa não é apenas uma residência; é o lugar seguro de alguém, a garantia de ter para onde ir ao fim do dia. Foi o local construído ou adquirido com esforço, trabalho e decisões difíceis, feitas em prol dessa conquista, e que significa muito mais do que o próprio bem.

Aquele presente especial, dado por uma pessoa importante, que sempre esteve por perto cuidando de tudo e de todos, que sempre ofereceu um colo ou uma palavra amorosa e de incentivo, representa todas as memórias e momentos especiais ao lado daquela pessoa.

Parte da minha família mora no Rio Grande do Sul, o que me permitiu acompanhar de perto a grande tragédia recente. Ao visitá-los para dar início ao mutirão de limpeza, me deparei com a realidade da reconstrução após a água baixar.

Objetos significativos desmontados, cobertos pela lama, quebrados, perdidos em momentos de catástrofes, são empilhados pela força do vento ou da água, ou até mesmo após uma seleção do que fica e do que vai embora. Essas pilhas podem ser apenas lixo para aqueles que não sabem reconhecer ou não foram marcados por elas.

Porém, individualmente, cada objeto dessa pilha tem um significado, uma história, uma memória, um valor imensurável. Sob essa perspectiva, sim, é difícil desapegar.

Algo importante de ser lembrado é que, se esses objetos têm valor emocional, eles nos marcaram de alguma maneira e, independentemente da existência física deles, a história e a memória emocional estarão para sempre conosco. Daqui em diante, novas memórias serão construídas a partir das histórias vividas.

Algumas coisas fazemos questão de devolver para a enchente ou para a tempestade, pois não cabem mais na nossa vida e nos nossos espaços. Esses são bem mais fáceis de abrir mão.

Quando eventos emocionalmente impactantes ocorrem na nossa vida, imagino processos semelhantes acontecendo dentro de nós. Um evento externo ocorre e nos desestrutura por dentro, nos tira nosso alicerce, faz a gente se sentir perdido ou sem chão. Depois que o evento "assenta", precisamos recomeçar, limpar dentro da gente o que precisa ser limpo, encontrar partes de nós que parecem perdidas, remontar essas partes dando novos significados e formas a elas, e decidir que algumas coisas dentro de nós simplesmente precisam ser abandonadas, para que novos eventos ou pessoas aconteçam para nós, criando novas possibilidades para os espaços vazios.

Em um primeiro momento, tudo isso pode parecer impossível, mas, aos poucos, os pedaços vão se encaixando, tomando forma e nos apresentando novos ganhos, novas formas, antes desconhecidas.

Por vezes somos forçados a escolher novos caminhos, mas só somos capazes de tomar essas decisões e seguir adiante porque tudo isso apenas nos fortaleceu.

Carolina Schmitz da Silva
Head Administrativo no Instituto MIR. Mentora Integrativa Relacional Educadora e Supervisora, Analista Transacional Certificada para as áreas organizacional e educacional e Membro Didata em formação– UNAT Brasil, Psicóloga CRP 08/14963, especialista em desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas. Pesquisadora do comportamento humano, autora de artigos/livro publicados sobre o tema.
Última atualização
7/6/2024 10:16

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:52

Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:22

O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).

O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.