Corrida para a Prefeitura de Curitiba

Opinião

Memórias: a escrita como reencontro pessoal

Reflexões sobre a infância, memórias nostálgicas e descobertas pessoais em um caderno de linhas.Reflexões sobre a infância, memórias nostálgicas e descobertas pessoais em um caderno de linhas.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly
Jane Hir

Diante de mim, a paisagem é um convite...

Abro o caderno e a primeira folha se oferece. Diferentemente das outras vezes em que costumo escrever, começo a escrita movida apenas pelo desejo de registrar o que está vivo em mim, sem saber exatamente onde essa escrita vai me levar.

O caderno novo, desses que as crianças costumavam usar nas séries iniciais, me trazem lembranças da minha infância e também dos meus filhos mais velhos, hoje, respeitáveis senhores. E a canção de Toquinho ecoa:  “Sou que vou seguir você do primeiro rabisco até o Be a Ba” [...].

Ah! Os nossos rabiscos no caderno da vida…

Eu não tive este caderno de linhas novinho à minha disposição quando eu era criança, mas o tive nos meus sonhos de menina que gostava de escrever. A vida era difícil e os meus primeiros cadernos foram feitos de papel de pão e costurados com barbante. Embora tenham sido importantes, o caderno de linhas era um luxo que eu desejava.

Talvez por isso, tenha sido tão marcante comprar cadernos novos para os meus filhos. A cena me vem com detalhes à lembrança, um tanto desbotada pelo tempo. E novamente  outra canção de Toquinho  me acorre: 

“Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela
Que um dia enfim (descolorirá)"

O mês de maio acaba de se ir. Já vivi muitos meses de maio. A maioria deles escoou sem deixar rastros ou sinais. Na verdade eles submergiram no redemoinho voraz das múltiplas atividades que a luta pela sobrevivência nos impõe.

No entanto, alguns maios foram portais. Marcaram definitivamente a minha trajetória. Trouxeram despedidas, fechamentos de ciclos, desencontros, recomeços, encontros e reencontros. O mês de maio, que acaba de se encerrar, trouxe-me novos amigos e me reacendeu a chama da esperança que vez por outra esmaece em meio às intempéries.

Este maio foi um mês de encontros e reencontros a começar pelo permanente e necessário reencontro de mim mesma. Um dos presentes que esse olhar para dentro me trouxe foi perceber que até hoje, prestes a completar sete décadas de existência, ainda uso estratégias de criança para me sentir amada ou incluída.

Em meio a uma conversa com uma amiga sobre a minha habitual falta de orientação geográfica, percebi que não saber onde estou e nem como chegar a um determinado lugar exige do outro o seu cuidado para comigo. 

É esse o ganho!

Com certeza, ainda é preciso descobrir muito de mim mesma!

Mas… por enquanto... ”Bora comprar um mapa de Curitiba!”.

Última atualização
2/6/2024 13:16
Jane Hir
Mestra em Educação (UFPR); Professora de língua portuguesa; Especialista em Educação de Jovens e Adultos; Facilitadora de Práticas Restaurativas — Eseje (2017) e SCJR/Coonozco (2018); Especialista em Práticas Restaurativas, com enfoque em Direitos Humanos (PUCPR); Especialista em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness (PUCPR).

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:52

Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:22

O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).

O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.

Opinião

Memórias: a escrita como reencontro pessoal

Reflexões sobre a infância, memórias nostálgicas e descobertas pessoais em um caderno de linhas.Reflexões sobre a infância, memórias nostálgicas e descobertas pessoais em um caderno de linhas.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly
Jane Hir
Mestra em Educação (UFPR); Professora de língua portuguesa; Especialista em Educação de Jovens e Adultos; Facilitadora de Práticas Restaurativas — Eseje (2017) e SCJR/Coonozco (2018); Especialista em Práticas Restaurativas, com enfoque em Direitos Humanos (PUCPR); Especialista em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness (PUCPR).
31/5/2024 15:10
Jane Hir

Diante de mim, a paisagem é um convite...

Abro o caderno e a primeira folha se oferece. Diferentemente das outras vezes em que costumo escrever, começo a escrita movida apenas pelo desejo de registrar o que está vivo em mim, sem saber exatamente onde essa escrita vai me levar.

O caderno novo, desses que as crianças costumavam usar nas séries iniciais, me trazem lembranças da minha infância e também dos meus filhos mais velhos, hoje, respeitáveis senhores. E a canção de Toquinho ecoa:  “Sou que vou seguir você do primeiro rabisco até o Be a Ba” [...].

Ah! Os nossos rabiscos no caderno da vida…

Eu não tive este caderno de linhas novinho à minha disposição quando eu era criança, mas o tive nos meus sonhos de menina que gostava de escrever. A vida era difícil e os meus primeiros cadernos foram feitos de papel de pão e costurados com barbante. Embora tenham sido importantes, o caderno de linhas era um luxo que eu desejava.

Talvez por isso, tenha sido tão marcante comprar cadernos novos para os meus filhos. A cena me vem com detalhes à lembrança, um tanto desbotada pelo tempo. E novamente  outra canção de Toquinho  me acorre: 

“Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela
Que um dia enfim (descolorirá)"

O mês de maio acaba de se ir. Já vivi muitos meses de maio. A maioria deles escoou sem deixar rastros ou sinais. Na verdade eles submergiram no redemoinho voraz das múltiplas atividades que a luta pela sobrevivência nos impõe.

No entanto, alguns maios foram portais. Marcaram definitivamente a minha trajetória. Trouxeram despedidas, fechamentos de ciclos, desencontros, recomeços, encontros e reencontros. O mês de maio, que acaba de se encerrar, trouxe-me novos amigos e me reacendeu a chama da esperança que vez por outra esmaece em meio às intempéries.

Este maio foi um mês de encontros e reencontros a começar pelo permanente e necessário reencontro de mim mesma. Um dos presentes que esse olhar para dentro me trouxe foi perceber que até hoje, prestes a completar sete décadas de existência, ainda uso estratégias de criança para me sentir amada ou incluída.

Em meio a uma conversa com uma amiga sobre a minha habitual falta de orientação geográfica, percebi que não saber onde estou e nem como chegar a um determinado lugar exige do outro o seu cuidado para comigo. 

É esse o ganho!

Com certeza, ainda é preciso descobrir muito de mim mesma!

Mas… por enquanto... ”Bora comprar um mapa de Curitiba!”.

Jane Hir
Mestra em Educação (UFPR); Professora de língua portuguesa; Especialista em Educação de Jovens e Adultos; Facilitadora de Práticas Restaurativas — Eseje (2017) e SCJR/Coonozco (2018); Especialista em Práticas Restaurativas, com enfoque em Direitos Humanos (PUCPR); Especialista em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness (PUCPR).
Última atualização
2/6/2024 13:16

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:52

Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:22

O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).

O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.