<span class="abre-texto">No dedo da mulher brilha</span> uma bela e vistosa aliança. A joia tem espirais que terminam em pequenos diamantes. Cinco delas acrescentam características únicas à peça. Acontece que o que parece aliança não é. Foi. O anel, hoje, representa o fim de um casamento de longa duração.
Duas alianças derretidas em uma só. É ao mesmo tempo lápide e certidão de nascimento. Representa um novo casamento, desta vez consigo mesma. Simboliza uma decisão de lealdade a si e aos seus propósitos. Sepulta definitivamente a entrega da essência em troca de migalhas.
Nas moléculas derretidas do ouro repousa uma história complexa de simbiose, de relacionamento com altos débitos emocionais, quitados com doses perigosas de superadaptação.
A violência mimetizada de “temperamento difícil”, mediada por quem herdou as alianças, foi driblada graças a abundantes volumes de depredação da autoestima.
A história em si, banal e previsível, tem poucos encantos. É roteiro repetido em diferentes locações com diferentes personagens. Dois seres incompletos em busca de uma pseudo completude, provisória estabilização e uma garantia transitória de aceitação e validação. Triste fim (não de Policarpo Quaresma) de uma história previsível.
No rastro da separação, sangue e vísceras de uma exclusão tão extensa que inclui filhos e amigos. De novo, roteiro banal e repetido em palcos de todos os continentes. Tanto que, para além da dor (profunda) e da raiva (que rosna), prevalece soberana a vergonha. Como pude? Como não vi? Onde se escondeu a sagacidade de pessoa tão, tão inteligente?
Interessante aqui é a reflexão possível. O entendimento que pode possibilitar compreender e ler os sinais e, quem sabe, acender a consciência de pelo menos mais uma pessoa.
O relacionamento simbiótico, que nasce em meio a muita alegria, celebração de encontrar a “metade”, a “alma gêmea”, e, finalmente, “sinto-me completa pela primeira vez na minha vida”, morre ao som de choro e ranger de dentes.
Choro de dor, ranger de dentes de muita raiva. Ao longo de um relacionamento com essas características, as pessoas renunciam a partes de si mesmas para fazer o todo funcionar. Assim, muito do potencial, do prazer, da plenitude é sacrificado em nome de uma convivência possível.
Essa renúncia gera desconforto, que por sua vez demanda um movimento de superadaptação para atravessar os dias. Desqualificar aspectos de si mesma, do outro e dos diferentes contextos é ação de sobrevivência. O amortecimento das sensações, das necessidades e mesmo das expectativas permite o anestesiamento necessário para não entrar em contato com a dor. Muitos acampam na superadaptação e ali passam uma vida inteira. Apagando aos poucos as luzes vitais, seguem cinzentos rumo ao fim, muitas vezes antecipado pela desnutrição emocional.
Outros evoluem nessa espiral de sobrevivência para a exasperação, sendo este o momento exato de recontratar ou sair do relacionamento. Pois a escalada pode levar as pessoas a explosões ou implosões com consequências que vão de complexas a irreversíveis.
Desconforto detectado, é hora de decisões. Acontece que o tempo de chegada nesse lugar é diferente para cada um dos parceiros enrolados simbioticamente. Um abre os olhos mais cedo. Acorda da anestesia antes. E percebe a ausência de espaço de livre trânsito, a falta de ar que este aprisionamento emocional gera.
Caso tenha generosidade e honestidade ainda resistentes no quadro de referência, dialogará com o parceiro para organizar o próximo passo. Este é um caso mais raro. O mais comum é virar as costas para o relacionamento, abandonando sem olhar para trás.
Aos que ficam, dor e raiva – uma jornada desértica se apresenta. Assim como o anestesiamento, esta etapa pode se transformar em morada e lema de vida, levando as pessoas a ranger dentes vida afora, mastigando o ódio, amargurando o dia a dia até ser consumido totalmente.
Mas também pode gerar o momento fênix. A recuperação das partes amortecidas do EU. O retorno do brilho e da vitalidade da vida intensamente vivida. Para essas pessoas fênix, o renascimento abre avenidas largas de possibilidades que poderão ser experimentadas com autonomia.
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.
<span class="abre-texto">No dedo da mulher brilha</span> uma bela e vistosa aliança. A joia tem espirais que terminam em pequenos diamantes. Cinco delas acrescentam características únicas à peça. Acontece que o que parece aliança não é. Foi. O anel, hoje, representa o fim de um casamento de longa duração.
Duas alianças derretidas em uma só. É ao mesmo tempo lápide e certidão de nascimento. Representa um novo casamento, desta vez consigo mesma. Simboliza uma decisão de lealdade a si e aos seus propósitos. Sepulta definitivamente a entrega da essência em troca de migalhas.
Nas moléculas derretidas do ouro repousa uma história complexa de simbiose, de relacionamento com altos débitos emocionais, quitados com doses perigosas de superadaptação.
A violência mimetizada de “temperamento difícil”, mediada por quem herdou as alianças, foi driblada graças a abundantes volumes de depredação da autoestima.
A história em si, banal e previsível, tem poucos encantos. É roteiro repetido em diferentes locações com diferentes personagens. Dois seres incompletos em busca de uma pseudo completude, provisória estabilização e uma garantia transitória de aceitação e validação. Triste fim (não de Policarpo Quaresma) de uma história previsível.
No rastro da separação, sangue e vísceras de uma exclusão tão extensa que inclui filhos e amigos. De novo, roteiro banal e repetido em palcos de todos os continentes. Tanto que, para além da dor (profunda) e da raiva (que rosna), prevalece soberana a vergonha. Como pude? Como não vi? Onde se escondeu a sagacidade de pessoa tão, tão inteligente?
Interessante aqui é a reflexão possível. O entendimento que pode possibilitar compreender e ler os sinais e, quem sabe, acender a consciência de pelo menos mais uma pessoa.
O relacionamento simbiótico, que nasce em meio a muita alegria, celebração de encontrar a “metade”, a “alma gêmea”, e, finalmente, “sinto-me completa pela primeira vez na minha vida”, morre ao som de choro e ranger de dentes.
Choro de dor, ranger de dentes de muita raiva. Ao longo de um relacionamento com essas características, as pessoas renunciam a partes de si mesmas para fazer o todo funcionar. Assim, muito do potencial, do prazer, da plenitude é sacrificado em nome de uma convivência possível.
Essa renúncia gera desconforto, que por sua vez demanda um movimento de superadaptação para atravessar os dias. Desqualificar aspectos de si mesma, do outro e dos diferentes contextos é ação de sobrevivência. O amortecimento das sensações, das necessidades e mesmo das expectativas permite o anestesiamento necessário para não entrar em contato com a dor. Muitos acampam na superadaptação e ali passam uma vida inteira. Apagando aos poucos as luzes vitais, seguem cinzentos rumo ao fim, muitas vezes antecipado pela desnutrição emocional.
Outros evoluem nessa espiral de sobrevivência para a exasperação, sendo este o momento exato de recontratar ou sair do relacionamento. Pois a escalada pode levar as pessoas a explosões ou implosões com consequências que vão de complexas a irreversíveis.
Desconforto detectado, é hora de decisões. Acontece que o tempo de chegada nesse lugar é diferente para cada um dos parceiros enrolados simbioticamente. Um abre os olhos mais cedo. Acorda da anestesia antes. E percebe a ausência de espaço de livre trânsito, a falta de ar que este aprisionamento emocional gera.
Caso tenha generosidade e honestidade ainda resistentes no quadro de referência, dialogará com o parceiro para organizar o próximo passo. Este é um caso mais raro. O mais comum é virar as costas para o relacionamento, abandonando sem olhar para trás.
Aos que ficam, dor e raiva – uma jornada desértica se apresenta. Assim como o anestesiamento, esta etapa pode se transformar em morada e lema de vida, levando as pessoas a ranger dentes vida afora, mastigando o ódio, amargurando o dia a dia até ser consumido totalmente.
Mas também pode gerar o momento fênix. A recuperação das partes amortecidas do EU. O retorno do brilho e da vitalidade da vida intensamente vivida. Para essas pessoas fênix, o renascimento abre avenidas largas de possibilidades que poderão ser experimentadas com autonomia.
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.