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Opinião

Gravura de Maria Bonomi na 60ª Bienal de Veneza

Xilogravura de Maria Bonomi participa da 60ª Bienal de Veneza.Xilogravura de Maria Bonomi participa da 60ª Bienal de Veneza.
Divulgação
/
Painel Etnias. Maria Bonomi. Memorial da América Latina, São Paulo.
Gracon

A gravura brasileira está muito bem representada na 60ª edição do mais antigo e importante evento internacional de arte (a primeira exposição foi em 1895): a Bienal de Veneza, aberta ao público no período de abril a novembro de 2024. A xilogravura de Maria Bonomi denominada Pedra Robat (1975, 100 x 110cm) se encontra em uma das salas da exposição que compõe o Núcleo Histórico.  No mesmo espaço estão presentes obras de outros artistas também nascidos na Itália, mas que se mudaram e desenvolveram sua produção em outros países. O Brasil é representado por diversas personalidades neste núcleo, tais como Vitor Brecheret (1894, Farnese, Itália - 1955, São Paulo), Fulvio Pennacchi (1905, Villa Collemandina, Itália – 1992, São Paulo), Eliseo Visconti (1866, Giffoni Valle Piana, Itália - 1944, Rio de Janeiro), Alfredo Volpi (1896, Luca, Itália - 1988, São Paulo), Ana Maria Maiolino (1942, Scalea, Itália), dentre outros.

As obras estão expostas em cavaletes de vidro e concreto, idealizados (para a inauguração do MASP), por Lina Bo Bardi (1914, Roma - 1992, São Paulo), arquiteta italiana que viveu no Brasil e foi premiada pela Bienal de 2021. 

O tema da 60ª Bienal, Stranieri Ovunque – Foreigners Everywhere (estrangeiros em toda parte, em tradução livre), foi inspiração do curador, o brasileiro Adriano Pedrosa, primeiro latino-americano a assumir este posto, além de ser diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo (MASP). A sua proposta de curadoria é descolonizar, rever e transformar a história da arte, permitindo maior visibilidade de artistas marginalizados.

Esta importância do papel político da arte faz parte da trajetória de Bonomi, que sempre fez questão de se posicionar: “Se eu vivesse numa sociedade tranquila, se não houvesse uma inquietação permanente à minha volta, minha arte seria desnecessária. E creio ser possível fazer uma gravura de argumentação sem ser panfletária” (Maria Bonomi a Oswaldo Mendes. MENDES, Oswaldo. “Maria Bonomi e sua Gravura Ambiental”. Última Hora, São Paulo, 24 mai. 1971).

Gravadora, escultora, muralista, curadora e cenógrafa, Bonomi já produziu também figurinos teatrais. Seu ateliê, na cidade de São Paulo, já foi sua residência e hoje abriga acervo, documentos e é onde produz obras em variadas linguagens, dentre elas, gravura em metal, xilogravura e litogravura.

Bonomi nasceu no ano de 1935, em uma aldeia italiana próxima a Milão. Sua mãe Georgina Martinelli Bonomi era brasileira, e o pai Ambrógio Bonomi, italiano. Devido à Segunda Guerra, a família foi abrigada na Suíça pelo poeta e diplomata brasileiro Raul Bopp.  Chegaram ao Brasil em meados da década de 1940, em São Paulo, onde ela iniciou os estudos em arte por demonstrar destacado interesse em desenho. A convivência familiar e social no meio cultural paulista a influenciou diretamente, participando de importantes eventos, como a criação da Bienal Internacional de Arte. Ao retornar de estudos na Europa, a artista passou a frequentar o ateliê do mestre Livio Abramo, destacando-se muito cedo em sua carreira internacional.

Maria Bonomi, Maria Gravura

Os traços, pouco a pouco, deixam de caminhar.

As cores não passam mais pelos olhos,

Pelos ouvidos, inundam.

A noite desceu sôbre a gravura

Sombra da prensa a comprimir

Maria Bonomi, Maria Gravura

Ouve-se agora um canto

Do papel em liberdade.

Maria Bonomi

O corte sorri. A mão fica em silêncio.

O contraste murmura

Maria Gravura.

(Joaquim Cardozo, 1971. CARDOZO, Joaquim. Poesias Completas. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 1971).

Por Vania Maria Andrade.

Última atualização
18/5/2024 14:50
Gracon
Grupo de pesquisa em Gravura Contemporânea da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22)

Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22)

Redação Cidade Capital
13/9/2024 11:00

O festival de música Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22) na Cidade do Rock, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. 

O evento completa 40 anos da sua primeira edição e promete uma celebração histórica. A organização espera receber mais de 700 mil pessoas, entre moradores do estado, turistas brasileiros e estrangeiros.

No Brasil, 90% acredita que redes sociais não protegem crianças

No Brasil, 90% acredita que redes sociais não protegem crianças

Redação Cidade Capital
13/9/2024 9:53

Pesquisa do Instituto Alana indica que nove em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais não protegem crianças e adolescentes. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 2.009 pessoas, com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, entre os dias 12 e 18 de julho.

Segundo o estudo, divulgado nesta quinta-feira (12), 97% dos entrevistados defendem que as empresas deveriam adotar medidas para proteger crianças e adolescentes na internet, através da comprovação de identidade, melhoria no atendimento ao consumidor para denúncias, proibição de publicidade e venda para crianças, fim da reprodução automática e da rolagem infinita de vídeos e limitação de tempo de uso dos serviços.

Opinião

Gravura de Maria Bonomi na 60ª Bienal de Veneza

Xilogravura de Maria Bonomi participa da 60ª Bienal de Veneza.Xilogravura de Maria Bonomi participa da 60ª Bienal de Veneza.
Divulgação
/
Painel Etnias. Maria Bonomi. Memorial da América Latina, São Paulo.
Gracon
Grupo de pesquisa em Gravura Contemporânea da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
18/5/2024 14:44
Gracon

A gravura brasileira está muito bem representada na 60ª edição do mais antigo e importante evento internacional de arte (a primeira exposição foi em 1895): a Bienal de Veneza, aberta ao público no período de abril a novembro de 2024. A xilogravura de Maria Bonomi denominada Pedra Robat (1975, 100 x 110cm) se encontra em uma das salas da exposição que compõe o Núcleo Histórico.  No mesmo espaço estão presentes obras de outros artistas também nascidos na Itália, mas que se mudaram e desenvolveram sua produção em outros países. O Brasil é representado por diversas personalidades neste núcleo, tais como Vitor Brecheret (1894, Farnese, Itália - 1955, São Paulo), Fulvio Pennacchi (1905, Villa Collemandina, Itália – 1992, São Paulo), Eliseo Visconti (1866, Giffoni Valle Piana, Itália - 1944, Rio de Janeiro), Alfredo Volpi (1896, Luca, Itália - 1988, São Paulo), Ana Maria Maiolino (1942, Scalea, Itália), dentre outros.

As obras estão expostas em cavaletes de vidro e concreto, idealizados (para a inauguração do MASP), por Lina Bo Bardi (1914, Roma - 1992, São Paulo), arquiteta italiana que viveu no Brasil e foi premiada pela Bienal de 2021. 

O tema da 60ª Bienal, Stranieri Ovunque – Foreigners Everywhere (estrangeiros em toda parte, em tradução livre), foi inspiração do curador, o brasileiro Adriano Pedrosa, primeiro latino-americano a assumir este posto, além de ser diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo (MASP). A sua proposta de curadoria é descolonizar, rever e transformar a história da arte, permitindo maior visibilidade de artistas marginalizados.

Esta importância do papel político da arte faz parte da trajetória de Bonomi, que sempre fez questão de se posicionar: “Se eu vivesse numa sociedade tranquila, se não houvesse uma inquietação permanente à minha volta, minha arte seria desnecessária. E creio ser possível fazer uma gravura de argumentação sem ser panfletária” (Maria Bonomi a Oswaldo Mendes. MENDES, Oswaldo. “Maria Bonomi e sua Gravura Ambiental”. Última Hora, São Paulo, 24 mai. 1971).

Gravadora, escultora, muralista, curadora e cenógrafa, Bonomi já produziu também figurinos teatrais. Seu ateliê, na cidade de São Paulo, já foi sua residência e hoje abriga acervo, documentos e é onde produz obras em variadas linguagens, dentre elas, gravura em metal, xilogravura e litogravura.

Bonomi nasceu no ano de 1935, em uma aldeia italiana próxima a Milão. Sua mãe Georgina Martinelli Bonomi era brasileira, e o pai Ambrógio Bonomi, italiano. Devido à Segunda Guerra, a família foi abrigada na Suíça pelo poeta e diplomata brasileiro Raul Bopp.  Chegaram ao Brasil em meados da década de 1940, em São Paulo, onde ela iniciou os estudos em arte por demonstrar destacado interesse em desenho. A convivência familiar e social no meio cultural paulista a influenciou diretamente, participando de importantes eventos, como a criação da Bienal Internacional de Arte. Ao retornar de estudos na Europa, a artista passou a frequentar o ateliê do mestre Livio Abramo, destacando-se muito cedo em sua carreira internacional.

Maria Bonomi, Maria Gravura

Os traços, pouco a pouco, deixam de caminhar.

As cores não passam mais pelos olhos,

Pelos ouvidos, inundam.

A noite desceu sôbre a gravura

Sombra da prensa a comprimir

Maria Bonomi, Maria Gravura

Ouve-se agora um canto

Do papel em liberdade.

Maria Bonomi

O corte sorri. A mão fica em silêncio.

O contraste murmura

Maria Gravura.

(Joaquim Cardozo, 1971. CARDOZO, Joaquim. Poesias Completas. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 1971).

Por Vania Maria Andrade.

Gracon
Grupo de pesquisa em Gravura Contemporânea da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
Última atualização
18/5/2024 14:50

Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22)

Redação Cidade Capital
13/9/2024 11:00

O festival de música Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22) na Cidade do Rock, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. 

O evento completa 40 anos da sua primeira edição e promete uma celebração histórica. A organização espera receber mais de 700 mil pessoas, entre moradores do estado, turistas brasileiros e estrangeiros.

No Brasil, 90% acredita que redes sociais não protegem crianças

Redação Cidade Capital
13/9/2024 9:53

Pesquisa do Instituto Alana indica que nove em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais não protegem crianças e adolescentes. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 2.009 pessoas, com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, entre os dias 12 e 18 de julho.

Segundo o estudo, divulgado nesta quinta-feira (12), 97% dos entrevistados defendem que as empresas deveriam adotar medidas para proteger crianças e adolescentes na internet, através da comprovação de identidade, melhoria no atendimento ao consumidor para denúncias, proibição de publicidade e venda para crianças, fim da reprodução automática e da rolagem infinita de vídeos e limitação de tempo de uso dos serviços.