Corrida para a Prefeitura de Curitiba

Opinião

Encontro inesperado: sandália verde desperta fé e afeto

Sandália verde simboliza amizade, esperança e a magia dos pequenos gestos.Sandália verde simboliza amizade, esperança e a magia dos pequenos gestos.
Arte Cidade Capital
/
Adobe Firefly
Jane Hir

No meio do caminho tinha uma sandália verde... Tinha uma sandália verde no meio do caminho. A cor viva e fluorescente chegou primeiro à minha retina, seguida pela dona da sandália, tão exuberante quanto sua cor. Eu a admirei imediatamente. Só alguém com vida em abundância escolheria uma sandália daquela cor, pensei comigo.

Com a franqueza que a idade a cada dia mais me autoriza, deixei à mostra o que estava vivo em mim: 

“Que sandália linda!”

Ela sorriu vivamente e trocamos ali, diante da mesa do café da manhã da pousada em que estávamos, palavras leves e gentis. Eu tomei café com meu companheiro de jornada (não gosto da palavra marido) e saímos, cada um de nós, para explorar o espaço externo, também exuberantemente verde, da pousada.

Andei um pouco pelos arredores, admirando os pássaros coloridos, quando vi o aceno de um casal dentro do carro. Percebi que me chamavam e fui ao encontro deles.

A mulher bonita que encontrara no café da manhã segurava nas mãos as mesmas sandálias verdes que me chamaram a atenção, e o homem ao seu lado disse:

“Ela quer te dar as sandálias de presente!”

Ah, não! Disse eu (guiada pelos padrões internalizados), enquanto a minha criança interior pulava de alegria pelo inesperado presente. Imediatamente ao não, quase gritei um “Aceito!”

Por que não aceitar? Ela estava tão feliz quanto eu. Sim, eu aceito. 

Aceito a sandália e toda a simbologia do afeto presente naquele gesto tão delicado. Aceito a leveza de quem se separa de algo que gosta em favor do outro. Aceito a magia dos encontros e a plenitude da presença no aqui e agora! 

Aceito o luminoso verde fluorescente dessa sandália como um aceno da esperança. 

Renovo com ela o meu compromisso de educadora e cidadã da Terra: viemos aqui para deixar o mundo um pouco melhor. 

É vivendo que nos tornamos pessoas, como apregoa Carl Rogers, e de acordo com o cancioneiro pernambucano: “Quando me movo, o mundo sai um pouquinho do lugar.”

Um pequeno gesto pode modificar a disposição interna e, quando inesperado, abrir uma interseção entre o passado e o presente, o automático e o vivenciado, a ausência de si e a presença. Uma atitude simples pode despertar um sonho ou restaurar a fé.

Não foi apenas a entrega carinhosa de uma sandália verde. Foi um sinal, um recado. Além de usá-la para caminhar, vou olhar para ela cada vez que a minha crença no humano que nos habita for abalada… Cada vez que eu me sentir desanimada, simplesmente porque:

“Existe uma sandália verde no meio do caminho.

Existe o verde no caminho.

Existe o caminho.”

Última atualização
8/6/2024 11:31
Jane Hir
Mestra em Educação (UFPR); Professora de língua portuguesa; Especialista em Educação de Jovens e Adultos; Facilitadora de Práticas Restaurativas — Eseje (2017) e SCJR/Coonozco (2018); Especialista em Práticas Restaurativas, com enfoque em Direitos Humanos (PUCPR); Especialista em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness (PUCPR).

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:52

Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:22

O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).

O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.

Opinião

Encontro inesperado: sandália verde desperta fé e afeto

Sandália verde simboliza amizade, esperança e a magia dos pequenos gestos.Sandália verde simboliza amizade, esperança e a magia dos pequenos gestos.
Arte Cidade Capital
/
Adobe Firefly
Jane Hir
Mestra em Educação (UFPR); Professora de língua portuguesa; Especialista em Educação de Jovens e Adultos; Facilitadora de Práticas Restaurativas — Eseje (2017) e SCJR/Coonozco (2018); Especialista em Práticas Restaurativas, com enfoque em Direitos Humanos (PUCPR); Especialista em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness (PUCPR).
7/6/2024 12:02
Jane Hir

No meio do caminho tinha uma sandália verde... Tinha uma sandália verde no meio do caminho. A cor viva e fluorescente chegou primeiro à minha retina, seguida pela dona da sandália, tão exuberante quanto sua cor. Eu a admirei imediatamente. Só alguém com vida em abundância escolheria uma sandália daquela cor, pensei comigo.

Com a franqueza que a idade a cada dia mais me autoriza, deixei à mostra o que estava vivo em mim: 

“Que sandália linda!”

Ela sorriu vivamente e trocamos ali, diante da mesa do café da manhã da pousada em que estávamos, palavras leves e gentis. Eu tomei café com meu companheiro de jornada (não gosto da palavra marido) e saímos, cada um de nós, para explorar o espaço externo, também exuberantemente verde, da pousada.

Andei um pouco pelos arredores, admirando os pássaros coloridos, quando vi o aceno de um casal dentro do carro. Percebi que me chamavam e fui ao encontro deles.

A mulher bonita que encontrara no café da manhã segurava nas mãos as mesmas sandálias verdes que me chamaram a atenção, e o homem ao seu lado disse:

“Ela quer te dar as sandálias de presente!”

Ah, não! Disse eu (guiada pelos padrões internalizados), enquanto a minha criança interior pulava de alegria pelo inesperado presente. Imediatamente ao não, quase gritei um “Aceito!”

Por que não aceitar? Ela estava tão feliz quanto eu. Sim, eu aceito. 

Aceito a sandália e toda a simbologia do afeto presente naquele gesto tão delicado. Aceito a leveza de quem se separa de algo que gosta em favor do outro. Aceito a magia dos encontros e a plenitude da presença no aqui e agora! 

Aceito o luminoso verde fluorescente dessa sandália como um aceno da esperança. 

Renovo com ela o meu compromisso de educadora e cidadã da Terra: viemos aqui para deixar o mundo um pouco melhor. 

É vivendo que nos tornamos pessoas, como apregoa Carl Rogers, e de acordo com o cancioneiro pernambucano: “Quando me movo, o mundo sai um pouquinho do lugar.”

Um pequeno gesto pode modificar a disposição interna e, quando inesperado, abrir uma interseção entre o passado e o presente, o automático e o vivenciado, a ausência de si e a presença. Uma atitude simples pode despertar um sonho ou restaurar a fé.

Não foi apenas a entrega carinhosa de uma sandália verde. Foi um sinal, um recado. Além de usá-la para caminhar, vou olhar para ela cada vez que a minha crença no humano que nos habita for abalada… Cada vez que eu me sentir desanimada, simplesmente porque:

“Existe uma sandália verde no meio do caminho.

Existe o verde no caminho.

Existe o caminho.”

Jane Hir
Mestra em Educação (UFPR); Professora de língua portuguesa; Especialista em Educação de Jovens e Adultos; Facilitadora de Práticas Restaurativas — Eseje (2017) e SCJR/Coonozco (2018); Especialista em Práticas Restaurativas, com enfoque em Direitos Humanos (PUCPR); Especialista em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness (PUCPR).
Última atualização
8/6/2024 11:31

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:52

Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:22

O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).

O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.