<span class="abre-texto">Aqui na minha Vila Izabel, há um lindo céu azul</span> que parece não combinar com a sensação de tristeza que invade meus pensamentos. Sinto-me agoniada, neste fim de ano, com tantas crianças entristecidas, incluindo aquelas abrigadas em corpos adultos. A pressa, o excesso de estímulos, a ausência de contato e a robotização na condução da vida estabelecem uma fronteira tênue entre a escassez emocional e o esfacelamento da humanidade das pessoas. Alguns fatores de afastamento merecem um olhar atento.
Há um quadrilátero espelhado, terrivelmente atraente, que abduz a pessoa do olhar das outras pessoas e escraviza sua atenção. Por meio desse quadrilátero, a pessoa observa freneticamente os movimentos das outras pessoas, busca atrair a atenção que vem por comandos. Vi, gostei, compartilhei. Sentir-se vivo passa a depender desses comandos.
Para ser vista, a pessoa se fantasia do que imagina ser ideal: sorrisos ideais, roupas ideais, corpos ideais, relacionamentos ideais. Essa dinâmica perversa leva a pessoa a outro fator doloroso de automatização.
A maldição da comparação se instala. Como toda violência, a comparação promove fissuras dolorosas na autoimagem e na autoestima. Como é doloroso assistir aos esforços insanos para alcançar esses patamares ilusórios de conformidade.
A criança interna ferida fica progressivamente invisível, despercebida pela dona ou dono do corpo adulto, trancada em sua dor e em seu silêncio forçado. O corpo adulto segue automático, na briga contra a pressão do tempo e da pressão social, para ser e estar nos “lugares adequados”, com “pessoas adequadas”.
E o tempo passa acelerado. Algumas pessoas passam anos, décadas sem se perceberem. Definham emocionalmente, sem notar. Perdem a energia vital, no frenesi, na correria. Vão se apagando aos poucos e, simultaneamente, perdem pouco a pouco a capacidade de pensar, de analisar a realidade objetiva e, por consequência, de adotar ou tomar decisões razoáveis.
Eita, a tristeza se avoluma. É momento de falar da esperança. Pois há esperança.
Podemos resgatar esta criança ferida a qualquer tempo da jornada da vida. E recuperar o maravilhamento, a confiança e a possibilidade de relacionamento com a essência que a criança perdida representa.
É possível, sim, sentir os aromas, os sabores, as sensações, a delícia de entrar em contato verdadeiro com as outras pessoas – sem nem lembrar de fotografar ou postar. Trata-se de um encontro verdadeiro, de olho no olho, sem a mediação do espelho negro.
A realidade da criança é colorida pelas suas fantasias, e pela permissão para experimentar o mundo em suas cores, texturas e movimentos, em um valioso elemento de vitalidade.
Ativada, a nossa criança interna nos permite vivenciar as emoções e ter a possibilidade de calibrá-las, honrando esses sinalizadores tão relevantes para a sobrevivência e mantendo o canal da sintonização empática livre.
Nossa criança, liberta das fissuras e nutrida emocionalmente, abre espaço para enxergar verdadeiramente as outras pessoas. Acolhida, a criança nos possibilita acolher.
Confiante, a criança nos ajuda a reativar os frágeis cordões da confiança. A vivacidade da nossa criança interna pode acender a chama que nos leva a sair da indiferença e resgatar outras tantas crianças aprisionadas.
Para nutrir a decisão pela esperança, é necessário manter viva nossa criança interna.
Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.
O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).
O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.
<span class="abre-texto">Aqui na minha Vila Izabel, há um lindo céu azul</span> que parece não combinar com a sensação de tristeza que invade meus pensamentos. Sinto-me agoniada, neste fim de ano, com tantas crianças entristecidas, incluindo aquelas abrigadas em corpos adultos. A pressa, o excesso de estímulos, a ausência de contato e a robotização na condução da vida estabelecem uma fronteira tênue entre a escassez emocional e o esfacelamento da humanidade das pessoas. Alguns fatores de afastamento merecem um olhar atento.
Há um quadrilátero espelhado, terrivelmente atraente, que abduz a pessoa do olhar das outras pessoas e escraviza sua atenção. Por meio desse quadrilátero, a pessoa observa freneticamente os movimentos das outras pessoas, busca atrair a atenção que vem por comandos. Vi, gostei, compartilhei. Sentir-se vivo passa a depender desses comandos.
Para ser vista, a pessoa se fantasia do que imagina ser ideal: sorrisos ideais, roupas ideais, corpos ideais, relacionamentos ideais. Essa dinâmica perversa leva a pessoa a outro fator doloroso de automatização.
A maldição da comparação se instala. Como toda violência, a comparação promove fissuras dolorosas na autoimagem e na autoestima. Como é doloroso assistir aos esforços insanos para alcançar esses patamares ilusórios de conformidade.
A criança interna ferida fica progressivamente invisível, despercebida pela dona ou dono do corpo adulto, trancada em sua dor e em seu silêncio forçado. O corpo adulto segue automático, na briga contra a pressão do tempo e da pressão social, para ser e estar nos “lugares adequados”, com “pessoas adequadas”.
E o tempo passa acelerado. Algumas pessoas passam anos, décadas sem se perceberem. Definham emocionalmente, sem notar. Perdem a energia vital, no frenesi, na correria. Vão se apagando aos poucos e, simultaneamente, perdem pouco a pouco a capacidade de pensar, de analisar a realidade objetiva e, por consequência, de adotar ou tomar decisões razoáveis.
Eita, a tristeza se avoluma. É momento de falar da esperança. Pois há esperança.
Podemos resgatar esta criança ferida a qualquer tempo da jornada da vida. E recuperar o maravilhamento, a confiança e a possibilidade de relacionamento com a essência que a criança perdida representa.
É possível, sim, sentir os aromas, os sabores, as sensações, a delícia de entrar em contato verdadeiro com as outras pessoas – sem nem lembrar de fotografar ou postar. Trata-se de um encontro verdadeiro, de olho no olho, sem a mediação do espelho negro.
A realidade da criança é colorida pelas suas fantasias, e pela permissão para experimentar o mundo em suas cores, texturas e movimentos, em um valioso elemento de vitalidade.
Ativada, a nossa criança interna nos permite vivenciar as emoções e ter a possibilidade de calibrá-las, honrando esses sinalizadores tão relevantes para a sobrevivência e mantendo o canal da sintonização empática livre.
Nossa criança, liberta das fissuras e nutrida emocionalmente, abre espaço para enxergar verdadeiramente as outras pessoas. Acolhida, a criança nos possibilita acolher.
Confiante, a criança nos ajuda a reativar os frágeis cordões da confiança. A vivacidade da nossa criança interna pode acender a chama que nos leva a sair da indiferença e resgatar outras tantas crianças aprisionadas.
Para nutrir a decisão pela esperança, é necessário manter viva nossa criança interna.
Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.
O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).
O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.