Corrida para a Prefeitura de Curitiba

Opinião

Em um mundo de aparências, encontrar a criança perdida diferencia robôs de humanos

Exploração da realidade emocional contemporânea: desafios digitais, comparações sociais e a redescoberta da autenticidade.Exploração da realidade emocional contemporânea: desafios digitais, comparações sociais e a redescoberta da autenticidade.
Arte Cidade Capital
/
Adobe Firefly
Maku de Almeida

<span class="abre-texto">Aqui na minha Vila Izabel, há um lindo céu azul</span> que parece não combinar com a sensação de tristeza que invade meus pensamentos. Sinto-me agoniada, neste fim de ano, com tantas crianças entristecidas, incluindo aquelas abrigadas em corpos adultos. A pressa, o excesso de estímulos, a ausência de contato e a robotização na condução da vida estabelecem uma fronteira tênue entre a escassez emocional e o esfacelamento da humanidade das pessoas. Alguns fatores de afastamento merecem um olhar atento.

Há um quadrilátero espelhado, terrivelmente atraente, que abduz a pessoa do olhar das outras pessoas e escraviza sua atenção. Por meio desse quadrilátero, a pessoa observa freneticamente os movimentos das outras pessoas, busca atrair a atenção que vem por comandos. Vi, gostei, compartilhei. Sentir-se vivo passa a depender desses comandos.

Para ser vista, a pessoa se fantasia do que imagina ser ideal: sorrisos ideais, roupas ideais, corpos ideais, relacionamentos ideais. Essa dinâmica perversa leva a pessoa a outro fator doloroso de automatização.

A maldição da comparação se instala. Como toda violência, a comparação promove fissuras dolorosas na autoimagem e na autoestima. Como é doloroso assistir aos esforços insanos para alcançar esses patamares ilusórios de conformidade.

A criança interna ferida fica progressivamente invisível, despercebida pela dona ou dono do corpo adulto, trancada em sua dor e em seu silêncio forçado. O corpo adulto segue automático, na briga contra a pressão do tempo e da pressão social, para ser e estar nos “lugares adequados”, com “pessoas adequadas”.

E o tempo passa acelerado. Algumas pessoas passam anos, décadas sem se perceberem. Definham emocionalmente, sem notar. Perdem a energia vital, no frenesi, na correria. Vão se apagando aos poucos e, simultaneamente, perdem pouco a pouco a capacidade de pensar, de analisar a realidade objetiva e, por consequência, de adotar ou tomar decisões razoáveis.

Eita, a tristeza se avoluma. É momento de falar da esperança. Pois há esperança.

Podemos resgatar esta criança ferida a qualquer tempo da jornada da vida. E recuperar o maravilhamento, a confiança e a possibilidade de relacionamento com a essência que a criança perdida representa.

É possível, sim, sentir os aromas, os sabores, as sensações, a delícia de entrar em contato verdadeiro com as outras pessoas – sem nem lembrar de fotografar ou postar. Trata-se de um encontro verdadeiro, de olho no olho, sem a mediação do espelho negro.

A realidade da criança é colorida pelas suas fantasias, e pela permissão para experimentar o mundo em suas cores, texturas e movimentos, em um valioso elemento de vitalidade.

Ativada, a nossa criança interna nos permite vivenciar as emoções e ter a possibilidade de calibrá-las, honrando esses sinalizadores tão relevantes para a sobrevivência e mantendo o canal da sintonização empática livre.

Nossa criança, liberta das fissuras e nutrida emocionalmente, abre espaço para enxergar verdadeiramente as outras pessoas. Acolhida, a criança nos possibilita acolher.

Confiante, a criança nos ajuda a reativar os frágeis cordões da confiança. A vivacidade da nossa criança interna pode acender a chama que nos leva a sair da indiferença e resgatar outras tantas crianças aprisionadas.

Para nutrir a decisão pela esperança, é necessário manter viva nossa criança interna.

Última atualização
10/12/2023 14:48
Maku de Almeida
Analista transacional. É a colunista decana deste veículo.

Brasil bate recorde na geração de energia eólica em novembro de 2024

Brasil bate recorde na geração de energia eólica em novembro de 2024

Redação Cidade Capital
10/12/2024 10:21

O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.

Filme ‘Ainda estou aqui’ recebe indicação ao Globo de Ouro

Filme ‘Ainda estou aqui’ recebe indicação ao Globo de Ouro

Redação Cidade Capital
10/12/2024 10:02

O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman

Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira. 

Opinião

Em um mundo de aparências, encontrar a criança perdida diferencia robôs de humanos

Exploração da realidade emocional contemporânea: desafios digitais, comparações sociais e a redescoberta da autenticidade.Exploração da realidade emocional contemporânea: desafios digitais, comparações sociais e a redescoberta da autenticidade.
Arte Cidade Capital
/
Adobe Firefly
Maku de Almeida
Analista transacional. É a colunista decana deste veículo.
5/12/2023 11:58
Maku de Almeida

Em um mundo de aparências, encontrar a criança perdida diferencia robôs de humanos.

<span class="abre-texto">Aqui na minha Vila Izabel, há um lindo céu azul</span> que parece não combinar com a sensação de tristeza que invade meus pensamentos. Sinto-me agoniada, neste fim de ano, com tantas crianças entristecidas, incluindo aquelas abrigadas em corpos adultos. A pressa, o excesso de estímulos, a ausência de contato e a robotização na condução da vida estabelecem uma fronteira tênue entre a escassez emocional e o esfacelamento da humanidade das pessoas. Alguns fatores de afastamento merecem um olhar atento.

Há um quadrilátero espelhado, terrivelmente atraente, que abduz a pessoa do olhar das outras pessoas e escraviza sua atenção. Por meio desse quadrilátero, a pessoa observa freneticamente os movimentos das outras pessoas, busca atrair a atenção que vem por comandos. Vi, gostei, compartilhei. Sentir-se vivo passa a depender desses comandos.

Para ser vista, a pessoa se fantasia do que imagina ser ideal: sorrisos ideais, roupas ideais, corpos ideais, relacionamentos ideais. Essa dinâmica perversa leva a pessoa a outro fator doloroso de automatização.

A maldição da comparação se instala. Como toda violência, a comparação promove fissuras dolorosas na autoimagem e na autoestima. Como é doloroso assistir aos esforços insanos para alcançar esses patamares ilusórios de conformidade.

A criança interna ferida fica progressivamente invisível, despercebida pela dona ou dono do corpo adulto, trancada em sua dor e em seu silêncio forçado. O corpo adulto segue automático, na briga contra a pressão do tempo e da pressão social, para ser e estar nos “lugares adequados”, com “pessoas adequadas”.

E o tempo passa acelerado. Algumas pessoas passam anos, décadas sem se perceberem. Definham emocionalmente, sem notar. Perdem a energia vital, no frenesi, na correria. Vão se apagando aos poucos e, simultaneamente, perdem pouco a pouco a capacidade de pensar, de analisar a realidade objetiva e, por consequência, de adotar ou tomar decisões razoáveis.

Eita, a tristeza se avoluma. É momento de falar da esperança. Pois há esperança.

Podemos resgatar esta criança ferida a qualquer tempo da jornada da vida. E recuperar o maravilhamento, a confiança e a possibilidade de relacionamento com a essência que a criança perdida representa.

É possível, sim, sentir os aromas, os sabores, as sensações, a delícia de entrar em contato verdadeiro com as outras pessoas – sem nem lembrar de fotografar ou postar. Trata-se de um encontro verdadeiro, de olho no olho, sem a mediação do espelho negro.

A realidade da criança é colorida pelas suas fantasias, e pela permissão para experimentar o mundo em suas cores, texturas e movimentos, em um valioso elemento de vitalidade.

Ativada, a nossa criança interna nos permite vivenciar as emoções e ter a possibilidade de calibrá-las, honrando esses sinalizadores tão relevantes para a sobrevivência e mantendo o canal da sintonização empática livre.

Nossa criança, liberta das fissuras e nutrida emocionalmente, abre espaço para enxergar verdadeiramente as outras pessoas. Acolhida, a criança nos possibilita acolher.

Confiante, a criança nos ajuda a reativar os frágeis cordões da confiança. A vivacidade da nossa criança interna pode acender a chama que nos leva a sair da indiferença e resgatar outras tantas crianças aprisionadas.

Para nutrir a decisão pela esperança, é necessário manter viva nossa criança interna.

Maku de Almeida
Analista transacional. É a colunista decana deste veículo.
Última atualização
10/12/2023 14:48

Brasil bate recorde na geração de energia eólica em novembro de 2024

Redação Cidade Capital
10/12/2024 10:21

O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.

Filme ‘Ainda estou aqui’ recebe indicação ao Globo de Ouro

Redação Cidade Capital
10/12/2024 10:02

O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman

Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.