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Opinião

Dia das Mães sereno inspira reflexões sobre maternidade

No Dia das Mães, reflexões profundas sobre perder importância e o amor incondicional que retorna de formas inesperadas.No Dia das Mães, reflexões profundas sobre perder importância e o amor incondicional que retorna de formas inesperadas.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly
Jane Hir

Respeito as celebrações de qualquer espécie porque acredito que sejam necessidades humanas. Mesmo não enfatizando as datas comemorativas devido ao seu viés econômico e catalizador temporário de uma atenção superficial, eu admito que essas celebrações acabam trazendo reflexões e descobertas importantes.

Além disso, de alguma maneira, o tema nos chega, nos envolve e espera uma resposta: o convite para o almoço na casa do filho, o bilhete de uma aluna, a reportagem com a filha de uma amiga querida sobre a experiência de ser mãe, alguém que lhe pede um texto sobre a maternidade.

Há mais de cinquenta anos fui mãe e continuo estreando nessa difícil arte. Eu me lembro do maravilhamento com que segurei nos braços o meu primeiro, segundo e terceiro filho. E bem mais tarde, também foi com esse mesmo sentimento que recebi o meu quarto filho. Mas também me recordo dos medos, angústias e dúvidas que fazem parte desse processo.

Acredito que fui uma mãe diferente para cada um desses filhos, pois sendo muito jovem, fui me tornando pessoa enquanto tentava criar e educar outras pessoas.

Assim, fui mãe adolescente, mãe dona de casa, mãe depressiva, mãe estudante, mãe terapeutizada, mãe empoderada, mãe profissional dedicada ao magistério; muitas mães fui.

Contemplo a caminhada e vejo que o mais difícil não foi a época das fraldas e mamadeiras, nem a adolescência com seus questionamentos e comportamentos que muito se modificaram no espaço entre o primeiro e o quarto filho. O mais complexo não foi, nem mesmo, a luta para equilibrar a carga de trabalho exaustiva com os cuidados maternos.

Para mim, há alguns anos, tem sido dois os desafios mais importantes e difíceis da maternidade: o primeiro é aprender a perder importância substantiva na vida dos filhos. Isso não tem nada a ver com falta de amor por parte deles. Na verdade, é o fluxo natural da vida. Se fizermos bem a nossa parte, é possível que tenhamos a alegria de vê-los independentes, livres do nosso direcionamento e desobrigados de nossa aprovação.

O outro desafio é trabalhar em nós que eles não nos devem nada. Nós os amamos e cuidamos deles por uma escolha nossa. Fizemos o que nossa consciência moldada pelos valores da época nos ditou. Se abdicamos de alguns prazeres, se investimos nosso tempo e trabalho para o provimento deles, foi porque acreditamos que isso era o que devia ser feito. Todo o amor dado a eles, com certeza, retornará, mas não necessariamente para nós.

Talvez nunca vivenciemos a plenitude dessas duas formas de encarar a maternidade, devido ao nosso conjunto de crenças e expectativas. No entanto, eu acredito que experienciar, mesmo parcialmente, esse modo de encarar a maternidade pode trazer mais leveza à relação e, em especial, mais serenidade no processo de envelhecimento.

De minha parte, sigo tentando olhar para meus filhos com o olhar do Profeta:

“Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós...”

Última atualização
11/5/2024 10:45
Jane Hir
Mestra em Educação (UFPR); Professora de língua portuguesa; Especialista em Educação de Jovens e Adultos; Facilitadora de Práticas Restaurativas — Eseje (2017) e SCJR/Coonozco (2018); Especialista em Práticas Restaurativas, com enfoque em Direitos Humanos (PUCPR); Especialista em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness (PUCPR).

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:52

Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:22

O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).

O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.

Opinião

Dia das Mães sereno inspira reflexões sobre maternidade

No Dia das Mães, reflexões profundas sobre perder importância e o amor incondicional que retorna de formas inesperadas.No Dia das Mães, reflexões profundas sobre perder importância e o amor incondicional que retorna de formas inesperadas.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly
Jane Hir
Mestra em Educação (UFPR); Professora de língua portuguesa; Especialista em Educação de Jovens e Adultos; Facilitadora de Práticas Restaurativas — Eseje (2017) e SCJR/Coonozco (2018); Especialista em Práticas Restaurativas, com enfoque em Direitos Humanos (PUCPR); Especialista em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness (PUCPR).
11/5/2024 10:45
Jane Hir

Dia das Mães sereno inspira reflexões sobre maternidade

Respeito as celebrações de qualquer espécie porque acredito que sejam necessidades humanas. Mesmo não enfatizando as datas comemorativas devido ao seu viés econômico e catalizador temporário de uma atenção superficial, eu admito que essas celebrações acabam trazendo reflexões e descobertas importantes.

Além disso, de alguma maneira, o tema nos chega, nos envolve e espera uma resposta: o convite para o almoço na casa do filho, o bilhete de uma aluna, a reportagem com a filha de uma amiga querida sobre a experiência de ser mãe, alguém que lhe pede um texto sobre a maternidade.

Há mais de cinquenta anos fui mãe e continuo estreando nessa difícil arte. Eu me lembro do maravilhamento com que segurei nos braços o meu primeiro, segundo e terceiro filho. E bem mais tarde, também foi com esse mesmo sentimento que recebi o meu quarto filho. Mas também me recordo dos medos, angústias e dúvidas que fazem parte desse processo.

Acredito que fui uma mãe diferente para cada um desses filhos, pois sendo muito jovem, fui me tornando pessoa enquanto tentava criar e educar outras pessoas.

Assim, fui mãe adolescente, mãe dona de casa, mãe depressiva, mãe estudante, mãe terapeutizada, mãe empoderada, mãe profissional dedicada ao magistério; muitas mães fui.

Contemplo a caminhada e vejo que o mais difícil não foi a época das fraldas e mamadeiras, nem a adolescência com seus questionamentos e comportamentos que muito se modificaram no espaço entre o primeiro e o quarto filho. O mais complexo não foi, nem mesmo, a luta para equilibrar a carga de trabalho exaustiva com os cuidados maternos.

Para mim, há alguns anos, tem sido dois os desafios mais importantes e difíceis da maternidade: o primeiro é aprender a perder importância substantiva na vida dos filhos. Isso não tem nada a ver com falta de amor por parte deles. Na verdade, é o fluxo natural da vida. Se fizermos bem a nossa parte, é possível que tenhamos a alegria de vê-los independentes, livres do nosso direcionamento e desobrigados de nossa aprovação.

O outro desafio é trabalhar em nós que eles não nos devem nada. Nós os amamos e cuidamos deles por uma escolha nossa. Fizemos o que nossa consciência moldada pelos valores da época nos ditou. Se abdicamos de alguns prazeres, se investimos nosso tempo e trabalho para o provimento deles, foi porque acreditamos que isso era o que devia ser feito. Todo o amor dado a eles, com certeza, retornará, mas não necessariamente para nós.

Talvez nunca vivenciemos a plenitude dessas duas formas de encarar a maternidade, devido ao nosso conjunto de crenças e expectativas. No entanto, eu acredito que experienciar, mesmo parcialmente, esse modo de encarar a maternidade pode trazer mais leveza à relação e, em especial, mais serenidade no processo de envelhecimento.

De minha parte, sigo tentando olhar para meus filhos com o olhar do Profeta:

“Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós...”

Jane Hir
Mestra em Educação (UFPR); Professora de língua portuguesa; Especialista em Educação de Jovens e Adultos; Facilitadora de Práticas Restaurativas — Eseje (2017) e SCJR/Coonozco (2018); Especialista em Práticas Restaurativas, com enfoque em Direitos Humanos (PUCPR); Especialista em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness (PUCPR).
Última atualização
11/5/2024 10:45

Brasil tem 160 mil idosos em Instituições de Longa Permanência

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:52

Em 2022, o Brasil contava com 160.784 pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), segundo dados do último Censo divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Esse número equivale a 0,5% da população com mais de 60 anos, que totaliza 32,1 milhões de pessoas. A maior parte dos idosos em ILPI está concentrada no Sudeste, com 57,5%, região que abriga 46,6% da população idosa do país. O Sul responde por 24,8% dos idosos institucionalizados e possui 16,4% da população idosa.

Festival de Parintins torna-se patrimônio cultural brasileiro

Redação Cidade Capital
6/9/2024 10:22

O Festival Folclórico de Parintins, realizado no Amazonas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil através do projeto de lei sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4).

O evento ocorre anualmente, no mês de junho, na cidade de Parintins, Amazonas. Já reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o festival celebra a tradição do boi-bumbá, em uma disputa entre dois bois: Garantido e Caprichoso.