<span class="abre-texto">Navegando nos mares das mentiras</span>, das falsas notícias, dos enganos, invariavelmente me assusto. Ao analisar as ondas pútridas dos engodos, ainda me espanto de saber que pessoas escolhem mentir e outras tantas também escolhem aceitar a manipulação.
Honestidade está na ponta oposta deste comportamento. Uma pessoa honesta será honrada, respeitada, digna. As outras pessoas saberão que, ao conviver com honestidade, não serão submetidas às mentiras, às fraudes, aos enganos.
Pessoas honestas foram (e ainda são) admiradas, respeitadas e olhadas como modelos para descendentes, alunos, equipe. Quase como se em um oásis no deserto, conviver com essas pessoas é um refrigério, é leve, é seguro. Um alívio poder desativar o sistema de desconfiança crônica e confiar que aquela pessoa fala com cortesia o que precisa ser dito, sem alterar dados e fatos. Uma dádiva saber que, quando afiançada a palavra, a pessoa cumprirá, tal qual contratado.
Contratos são feitos respeitosamente e cumpridos com honradez. Dignidade expressa pragmaticamente em ações – que, por sua vez, se combinam com os discursos. Vivi em ambientes onde a honestidade era esperada como valor imprescindível. Convivi em ambientes onde a honestidade era propalada e pouco praticada. Convivi com homens e mulheres com extraordinária honradez, que muitas vezes pagavam caro pela coerência e consistência, mas o faziam sem dor. Faziam com consciência.
Trabalhei em ambientes que a honestidade era quesito básico, e os episódios de dolo assustavam, verdadeiramente, por serem absolutamente fora da prática de uma grande maioria.
Nos últimos anos, pude experimentar o outro lado. Comportamentos pautados pela mentira quase patológica, ausência de dignidade e honra, incoerência e danos diferenciados como consequências dolorosas. Nem essas experiências traumáticas e abusivas me prepararam para ver a honestidade vilipendiada, fragmentada e sua gêmea oposta, a mentira, assumir a maestria da convivência coletiva.
A desonestidade, acompanhada da sua corte – mentira, falsidade, manipulação, roubo, hipocrisia – domina as cenas, com texto dramático e grandiloquência violenta, dominando o palco e mesmerizando numerosas plateias. Como pode? As pessoas não percebem? Não notam os argumentos embasados em mentiras flagrantes? Os ouvidos estão dotados de filtros de conversão? Estarão hipnotizadas?
É possível entender a gênese dessa cegueira coletiva, mas é igualmente assustador. E, certamente, tudo isso não é tão novo assim.
Em um discurso no Senado Federal em 1914, Ruy Barbosa de Oliveira, um político baiano, jurista, advogado, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador, exclamou colérico: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
A revolta que animou este discurso é, mais de um século depois, justificada frente aos absurdos coletivos noticiados a cada dia e nos relacionamentos falsos e extorsivos nos ambientes privados. A desonestidade adquiriu status de elegância e se “normalizou”. Um horror!
A reação às observações honestas e gentis ainda é de espanto. Muitas vezes preciso me explicar por que não aceito determinadas propostas de trabalho, por que não faço determinadas atividades, por que escolho não conviver com determinadas pessoas. Manter a coerência com uma decisão pela honestidade é, em alguns curiosos momentos, objeto de zombaria disfarçada de brincadeira.
Alimento minha intenção, minha decisão e minhas ações em diferentes fontes. Ainda há pessoas honestas, generosas e autorresponsáveis. Há textos e estudos que fortalecem minha decisão. E diálogos especiais, nos quais abasteço minha força interior para não perder a esperança.
Longe dos tempos de hoje e ainda muito atual, está o Bushido, o código de conduta dos samurais, que ressalta valores morais elevados. Os samurais viveram no Japão do século VIII ao século XIX e seu código de honra ainda é disseminado, mesmo fora do Japão, e é extraordinariamente adequado para a manutenção de convivência humana e honesta. Suas diretrizes são atuais e aplicáveis. No Credo dos Samurais, um trecho diz: “Eu não tenho o poder divino, faço da honestidade meu poder divino.”
Decidir pela honestidade inclui a fidelidade e a lealdade a um propósito de evolução coletiva e privada. A fidelidade demanda sinceridade nas palavras e nos atos. Coerência e consistência sustentam a decisão. Conviver com pessoas honestas nutrirá a jornada. Ainda existem. Ainda há esperança!
O festival de música Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22) na Cidade do Rock, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
O evento completa 40 anos da sua primeira edição e promete uma celebração histórica. A organização espera receber mais de 700 mil pessoas, entre moradores do estado, turistas brasileiros e estrangeiros.
Pesquisa do Instituto Alana indica que nove em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais não protegem crianças e adolescentes. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 2.009 pessoas, com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, entre os dias 12 e 18 de julho.
Segundo o estudo, divulgado nesta quinta-feira (12), 97% dos entrevistados defendem que as empresas deveriam adotar medidas para proteger crianças e adolescentes na internet, através da comprovação de identidade, melhoria no atendimento ao consumidor para denúncias, proibição de publicidade e venda para crianças, fim da reprodução automática e da rolagem infinita de vídeos e limitação de tempo de uso dos serviços.
<span class="abre-texto">Navegando nos mares das mentiras</span>, das falsas notícias, dos enganos, invariavelmente me assusto. Ao analisar as ondas pútridas dos engodos, ainda me espanto de saber que pessoas escolhem mentir e outras tantas também escolhem aceitar a manipulação.
Honestidade está na ponta oposta deste comportamento. Uma pessoa honesta será honrada, respeitada, digna. As outras pessoas saberão que, ao conviver com honestidade, não serão submetidas às mentiras, às fraudes, aos enganos.
Pessoas honestas foram (e ainda são) admiradas, respeitadas e olhadas como modelos para descendentes, alunos, equipe. Quase como se em um oásis no deserto, conviver com essas pessoas é um refrigério, é leve, é seguro. Um alívio poder desativar o sistema de desconfiança crônica e confiar que aquela pessoa fala com cortesia o que precisa ser dito, sem alterar dados e fatos. Uma dádiva saber que, quando afiançada a palavra, a pessoa cumprirá, tal qual contratado.
Contratos são feitos respeitosamente e cumpridos com honradez. Dignidade expressa pragmaticamente em ações – que, por sua vez, se combinam com os discursos. Vivi em ambientes onde a honestidade era esperada como valor imprescindível. Convivi em ambientes onde a honestidade era propalada e pouco praticada. Convivi com homens e mulheres com extraordinária honradez, que muitas vezes pagavam caro pela coerência e consistência, mas o faziam sem dor. Faziam com consciência.
Trabalhei em ambientes que a honestidade era quesito básico, e os episódios de dolo assustavam, verdadeiramente, por serem absolutamente fora da prática de uma grande maioria.
Nos últimos anos, pude experimentar o outro lado. Comportamentos pautados pela mentira quase patológica, ausência de dignidade e honra, incoerência e danos diferenciados como consequências dolorosas. Nem essas experiências traumáticas e abusivas me prepararam para ver a honestidade vilipendiada, fragmentada e sua gêmea oposta, a mentira, assumir a maestria da convivência coletiva.
A desonestidade, acompanhada da sua corte – mentira, falsidade, manipulação, roubo, hipocrisia – domina as cenas, com texto dramático e grandiloquência violenta, dominando o palco e mesmerizando numerosas plateias. Como pode? As pessoas não percebem? Não notam os argumentos embasados em mentiras flagrantes? Os ouvidos estão dotados de filtros de conversão? Estarão hipnotizadas?
É possível entender a gênese dessa cegueira coletiva, mas é igualmente assustador. E, certamente, tudo isso não é tão novo assim.
Em um discurso no Senado Federal em 1914, Ruy Barbosa de Oliveira, um político baiano, jurista, advogado, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador, exclamou colérico: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
A revolta que animou este discurso é, mais de um século depois, justificada frente aos absurdos coletivos noticiados a cada dia e nos relacionamentos falsos e extorsivos nos ambientes privados. A desonestidade adquiriu status de elegância e se “normalizou”. Um horror!
A reação às observações honestas e gentis ainda é de espanto. Muitas vezes preciso me explicar por que não aceito determinadas propostas de trabalho, por que não faço determinadas atividades, por que escolho não conviver com determinadas pessoas. Manter a coerência com uma decisão pela honestidade é, em alguns curiosos momentos, objeto de zombaria disfarçada de brincadeira.
Alimento minha intenção, minha decisão e minhas ações em diferentes fontes. Ainda há pessoas honestas, generosas e autorresponsáveis. Há textos e estudos que fortalecem minha decisão. E diálogos especiais, nos quais abasteço minha força interior para não perder a esperança.
Longe dos tempos de hoje e ainda muito atual, está o Bushido, o código de conduta dos samurais, que ressalta valores morais elevados. Os samurais viveram no Japão do século VIII ao século XIX e seu código de honra ainda é disseminado, mesmo fora do Japão, e é extraordinariamente adequado para a manutenção de convivência humana e honesta. Suas diretrizes são atuais e aplicáveis. No Credo dos Samurais, um trecho diz: “Eu não tenho o poder divino, faço da honestidade meu poder divino.”
Decidir pela honestidade inclui a fidelidade e a lealdade a um propósito de evolução coletiva e privada. A fidelidade demanda sinceridade nas palavras e nos atos. Coerência e consistência sustentam a decisão. Conviver com pessoas honestas nutrirá a jornada. Ainda existem. Ainda há esperança!
O festival de música Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22) na Cidade do Rock, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
O evento completa 40 anos da sua primeira edição e promete uma celebração histórica. A organização espera receber mais de 700 mil pessoas, entre moradores do estado, turistas brasileiros e estrangeiros.
Pesquisa do Instituto Alana indica que nove em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais não protegem crianças e adolescentes. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 2.009 pessoas, com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, entre os dias 12 e 18 de julho.
Segundo o estudo, divulgado nesta quinta-feira (12), 97% dos entrevistados defendem que as empresas deveriam adotar medidas para proteger crianças e adolescentes na internet, através da comprovação de identidade, melhoria no atendimento ao consumidor para denúncias, proibição de publicidade e venda para crianças, fim da reprodução automática e da rolagem infinita de vídeos e limitação de tempo de uso dos serviços.