<span class="abre-texto">Vivemos tempos marcados pela violência</span> que tem se naturalizado a cada dia em todas as instâncias sociais. Entretanto, existem brechas que precisam ser ocupadas. Essas brechas podem ser interpretadas como espaços ainda não tomados, tendo em vista que ainda temos autonomia para fazer certas escolhas. Ainda podemos escolher ser gentis. Ainda não nos proibiram de falar e de nos escutar ou de escutar o outro.
Nesse sentido, me ocorre que a comunicação não-violenta pode ser um caminho. Muito mais que um conjunto de técnicas comunicacionais, essa abordagem da comunicação exige uma mudança de olhar para o conflito e para a própria comunicação. Ao conceituar a agressividade como “a expressão trágica de uma necessidade não atendida”, Marshall propõe a identificação das necessidades humanas básicas e universais como ponto de partida para a conexão com o outro.
Não podemos mudar aquilo que não conhecemos. Assim, é preciso, inicialmente, promover a reflexão sobre tudo que pode ser considerado violento em nossas relações. Trata-se de desnaturalizar as microviolências já naturalizadas. Essas violências, normalmente ignoradas, impedem a comunicação efetiva e acabam gerando violências maiores. Assim, na raiz da árvore da violência física extrema se encontram a exclusão, a invalidação, a invisibilização, a estigmatização, a negação do outro.
Todo tipo de classificação, rotulação, imposição, humilhação, julgamento e comparação produz o solo fértil para violências maiores.
Seguindo esse caminho, descobrimos com espanto a quantas violências temos nos submetido e a quantas outras submetemos os outros.
E agora, o que faremos com essa identificação? Buscaremos estratégias para a superação. No mundo? No país? No estado? No município? Não. Primeiro em nós e no nosso entorno. Na acolhida de nós mesmos e dos que estão mais perto de nós. É preciso começar do mais próximo, pois “a verdadeira mudança dá-se a perceber no interior, no concreto, no cotidiano, no miúdo” (Ecléa Bosi).
Mas, que estratégias? Marshall Rosenberg apresenta a comunicação não-violenta no seu livro homônimo por meio de quatro pilares: observação, identificação dos sentimentos, identificação das necessidades e expressão do pedido. Aprender a usar a observação descolada de avaliação, ou seja, aprender a analisar o fato, sem acrescentar a nossa interpretação, já reduziria em muito a nossa reatividade, pois nos reportaremos ao outro dizendo apenas o fato observado sem utilizar o vasto repertório que construímos para rotular, classificar ou acusar. A partir da observação do fato, a identificação dos nossos sentimentos mostra ao outro o que está vivo em nós. Desde cedo nos foi ensinado a não mostrar ou pelo menos a disfarçar o que sentimos. Por ignorar nossos sentimentos, pagamos um alto preço.
Quando identificamos com clareza o que sentimos, podemos nos acolher e identificar o que gerou em nós esse sentimento.
E aí temos o cerne da conexão, que é o terceiro componente da comunicação não-violenta: nossas necessidades. De acordo com a teoria de Marshall, nossos sentimentos e emoções não são gerados pela ação de alguém, mas sim por uma necessidade atendida ou não atendida. Identificada a necessidade, é preciso pedir ou buscar o que precisamos. E não é simples pedir. Ao pedir, abrimos espaço para o não. Se tivermos consciência disso, libertamos o outro e também nos libertamos para dizer não. É preciso dizer um não mais firme para dizer um sim mais amplo. É importante refletir que quando exigimos algo só deixamos ao outro duas alternativas: se rebelar ou se submeter. Nenhuma dessas opções contribuirá para uma interação dialógica.
De acordo com Thomas D’Ansembourg, “para encontrar o outro no seu poço, primeiro devemos descer ao fundo do nosso”. A comunicação não-violenta é um convite primeiro ao encontro de nós mesmos e depois ao encontro do outro. Um caminho, um espaço que se apresenta, uma escolha.
O festival de música Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22) na Cidade do Rock, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
O evento completa 40 anos da sua primeira edição e promete uma celebração histórica. A organização espera receber mais de 700 mil pessoas, entre moradores do estado, turistas brasileiros e estrangeiros.
Pesquisa do Instituto Alana indica que nove em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais não protegem crianças e adolescentes. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 2.009 pessoas, com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, entre os dias 12 e 18 de julho.
Segundo o estudo, divulgado nesta quinta-feira (12), 97% dos entrevistados defendem que as empresas deveriam adotar medidas para proteger crianças e adolescentes na internet, através da comprovação de identidade, melhoria no atendimento ao consumidor para denúncias, proibição de publicidade e venda para crianças, fim da reprodução automática e da rolagem infinita de vídeos e limitação de tempo de uso dos serviços.
<span class="abre-texto">Vivemos tempos marcados pela violência</span> que tem se naturalizado a cada dia em todas as instâncias sociais. Entretanto, existem brechas que precisam ser ocupadas. Essas brechas podem ser interpretadas como espaços ainda não tomados, tendo em vista que ainda temos autonomia para fazer certas escolhas. Ainda podemos escolher ser gentis. Ainda não nos proibiram de falar e de nos escutar ou de escutar o outro.
Nesse sentido, me ocorre que a comunicação não-violenta pode ser um caminho. Muito mais que um conjunto de técnicas comunicacionais, essa abordagem da comunicação exige uma mudança de olhar para o conflito e para a própria comunicação. Ao conceituar a agressividade como “a expressão trágica de uma necessidade não atendida”, Marshall propõe a identificação das necessidades humanas básicas e universais como ponto de partida para a conexão com o outro.
Não podemos mudar aquilo que não conhecemos. Assim, é preciso, inicialmente, promover a reflexão sobre tudo que pode ser considerado violento em nossas relações. Trata-se de desnaturalizar as microviolências já naturalizadas. Essas violências, normalmente ignoradas, impedem a comunicação efetiva e acabam gerando violências maiores. Assim, na raiz da árvore da violência física extrema se encontram a exclusão, a invalidação, a invisibilização, a estigmatização, a negação do outro.
Todo tipo de classificação, rotulação, imposição, humilhação, julgamento e comparação produz o solo fértil para violências maiores.
Seguindo esse caminho, descobrimos com espanto a quantas violências temos nos submetido e a quantas outras submetemos os outros.
E agora, o que faremos com essa identificação? Buscaremos estratégias para a superação. No mundo? No país? No estado? No município? Não. Primeiro em nós e no nosso entorno. Na acolhida de nós mesmos e dos que estão mais perto de nós. É preciso começar do mais próximo, pois “a verdadeira mudança dá-se a perceber no interior, no concreto, no cotidiano, no miúdo” (Ecléa Bosi).
Mas, que estratégias? Marshall Rosenberg apresenta a comunicação não-violenta no seu livro homônimo por meio de quatro pilares: observação, identificação dos sentimentos, identificação das necessidades e expressão do pedido. Aprender a usar a observação descolada de avaliação, ou seja, aprender a analisar o fato, sem acrescentar a nossa interpretação, já reduziria em muito a nossa reatividade, pois nos reportaremos ao outro dizendo apenas o fato observado sem utilizar o vasto repertório que construímos para rotular, classificar ou acusar. A partir da observação do fato, a identificação dos nossos sentimentos mostra ao outro o que está vivo em nós. Desde cedo nos foi ensinado a não mostrar ou pelo menos a disfarçar o que sentimos. Por ignorar nossos sentimentos, pagamos um alto preço.
Quando identificamos com clareza o que sentimos, podemos nos acolher e identificar o que gerou em nós esse sentimento.
E aí temos o cerne da conexão, que é o terceiro componente da comunicação não-violenta: nossas necessidades. De acordo com a teoria de Marshall, nossos sentimentos e emoções não são gerados pela ação de alguém, mas sim por uma necessidade atendida ou não atendida. Identificada a necessidade, é preciso pedir ou buscar o que precisamos. E não é simples pedir. Ao pedir, abrimos espaço para o não. Se tivermos consciência disso, libertamos o outro e também nos libertamos para dizer não. É preciso dizer um não mais firme para dizer um sim mais amplo. É importante refletir que quando exigimos algo só deixamos ao outro duas alternativas: se rebelar ou se submeter. Nenhuma dessas opções contribuirá para uma interação dialógica.
De acordo com Thomas D’Ansembourg, “para encontrar o outro no seu poço, primeiro devemos descer ao fundo do nosso”. A comunicação não-violenta é um convite primeiro ao encontro de nós mesmos e depois ao encontro do outro. Um caminho, um espaço que se apresenta, uma escolha.
O festival de música Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22) na Cidade do Rock, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
O evento completa 40 anos da sua primeira edição e promete uma celebração histórica. A organização espera receber mais de 700 mil pessoas, entre moradores do estado, turistas brasileiros e estrangeiros.
Pesquisa do Instituto Alana indica que nove em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais não protegem crianças e adolescentes. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 2.009 pessoas, com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, entre os dias 12 e 18 de julho.
Segundo o estudo, divulgado nesta quinta-feira (12), 97% dos entrevistados defendem que as empresas deveriam adotar medidas para proteger crianças e adolescentes na internet, através da comprovação de identidade, melhoria no atendimento ao consumidor para denúncias, proibição de publicidade e venda para crianças, fim da reprodução automática e da rolagem infinita de vídeos e limitação de tempo de uso dos serviços.