Aspectos de mim que não conheço alicerçam minha jornada pela vida. É quase assustador pensar que, dos recônditos da minha mente, o que não conheço estimula minhas reações ao viver.
Alguns desses fatores se perderam na memória ou se escondem com eficiência. Outros, enterrei deliberadamente. Muitos arranham a superfície da consciência e quase se apresentam. Outros estão submersos profundamente e sei que, mesmo das sombras, sabotam e desestabilizam meus meios e modos de gerenciar a vida.
Seguir sem conhecer e entender esses pedaços de mim pode ser muito abrasivo. Pode demandar muito esforço. Pode consumir espaços valiosos do viver. Vou levar você, leitor, a alguns desses cantos. Em uma espécie de Via Crúcis, com passos e reflexões, quedas e cansaço, dores.
Na primeira parada, os carinhos, afagos, cuidados recebidos (ou não) lá estão como pontos sólidos de fortalecimento da autoconfiança e da autoestima, mesmo que não presentes para resgate imediato de memória. As mensagens dolorosas, abrasivas, violentas, lá estão sob forma de cicatrizes. E calibram a minha aproximação ou distância das pessoas e de mim mesma.
O registro de pessoas que são fontes de nutrição emocional e de qualificação faz parte deste primeiro acervo. Quanto mais abundância, mais terei condições de alguma autonomia em decisões e relacionamentos. Quanto mais escassez, mais abduzida serei pelo controle e manipulação de pessoas e contextos.
Sigo na jornada reflexiva e encontro a imagem que tenho de mim mesma no relacionamento com pessoas e realidades. Construída a partir do meu relacionamento precoce com meus cuidadores e dependente de quão disponíveis os adultos estavam para validação, valorização, reconhecimento e amor incondicional, aqui está a posição a partir da qual percebo, me relaciono, me comunico e transito pelos dias, meses e anos.
Hoje em dia, mais reconciliada com minha história, sou capaz (por tempos cada vez mais longos) de me olhar com consideração. Mesmo olhar estendo aos meus companheiros de jornada. Houve época em que não era simples. Eu transitava do mais obscuro parâmetro de autoestima até uma superioridade fantasiada para sobreviver. Doloroso com intensidade. Há muitas histórias neste sumidouro. Um dia serão contadas.
Guardado em um cantinho bem escondido está um temor consistente, continuado, do enfrentamento da realidade objetiva. Plantado na infância, a partir da ausência de repertório para análise e decisão, muitas vezes gerada pela falta de diálogos esclarecedores com adultos compassivos.
Sem saber o que pensar, o que fazer ou como nomear o que se sente, evitar e desqualificar pode ser uma saída de sobrevivência. E foi por um tempo grande e, por antiguidade, ainda surge como grande sabotador, me protegendo de confrontos, responsabilidades e compromissos. Um temor cada vez menos presente, cada vez menos pesado. Mas ainda na espreita. Pronto para atacar.
Transvestida em cores, em um canto mesmo escuto, até iluminado, está a fantasia. Pronta para criar enredos a respeito do passado e futuro. Pronta para elaborar enredos a respeito de eventos, situações, pessoas. Alguns atraentes, outros tenebrosos. Interessantes me protegem do tédio; insidiosos me afastam de pessoas. Pois, ao construir cenários hipotéticos, também elaboram expectativas “fantasiosas”. Sem muito contato com a realidade objetiva, tais expectativas são abre-alas para desapontamentos em série e o isolamento consequente.
Quase no final desta crônica, sou assolada por um pensamento que me assusta. Estes acima fui capaz de reconhecer, descrever e até nomear. Quantos outros habitam meu sótão mental, que são passos desta sofisticada Via Crúcis e que nem sei como são ou como impactam meu pensar, sentir e fazer! Sigo observando a mim mesma, aos impactos que gero nas pessoas com quem encontro e nos resquícios observáveis do meu diálogo interior. Sem chance para o tédio!
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.
Aspectos de mim que não conheço alicerçam minha jornada pela vida. É quase assustador pensar que, dos recônditos da minha mente, o que não conheço estimula minhas reações ao viver.
Alguns desses fatores se perderam na memória ou se escondem com eficiência. Outros, enterrei deliberadamente. Muitos arranham a superfície da consciência e quase se apresentam. Outros estão submersos profundamente e sei que, mesmo das sombras, sabotam e desestabilizam meus meios e modos de gerenciar a vida.
Seguir sem conhecer e entender esses pedaços de mim pode ser muito abrasivo. Pode demandar muito esforço. Pode consumir espaços valiosos do viver. Vou levar você, leitor, a alguns desses cantos. Em uma espécie de Via Crúcis, com passos e reflexões, quedas e cansaço, dores.
Na primeira parada, os carinhos, afagos, cuidados recebidos (ou não) lá estão como pontos sólidos de fortalecimento da autoconfiança e da autoestima, mesmo que não presentes para resgate imediato de memória. As mensagens dolorosas, abrasivas, violentas, lá estão sob forma de cicatrizes. E calibram a minha aproximação ou distância das pessoas e de mim mesma.
O registro de pessoas que são fontes de nutrição emocional e de qualificação faz parte deste primeiro acervo. Quanto mais abundância, mais terei condições de alguma autonomia em decisões e relacionamentos. Quanto mais escassez, mais abduzida serei pelo controle e manipulação de pessoas e contextos.
Sigo na jornada reflexiva e encontro a imagem que tenho de mim mesma no relacionamento com pessoas e realidades. Construída a partir do meu relacionamento precoce com meus cuidadores e dependente de quão disponíveis os adultos estavam para validação, valorização, reconhecimento e amor incondicional, aqui está a posição a partir da qual percebo, me relaciono, me comunico e transito pelos dias, meses e anos.
Hoje em dia, mais reconciliada com minha história, sou capaz (por tempos cada vez mais longos) de me olhar com consideração. Mesmo olhar estendo aos meus companheiros de jornada. Houve época em que não era simples. Eu transitava do mais obscuro parâmetro de autoestima até uma superioridade fantasiada para sobreviver. Doloroso com intensidade. Há muitas histórias neste sumidouro. Um dia serão contadas.
Guardado em um cantinho bem escondido está um temor consistente, continuado, do enfrentamento da realidade objetiva. Plantado na infância, a partir da ausência de repertório para análise e decisão, muitas vezes gerada pela falta de diálogos esclarecedores com adultos compassivos.
Sem saber o que pensar, o que fazer ou como nomear o que se sente, evitar e desqualificar pode ser uma saída de sobrevivência. E foi por um tempo grande e, por antiguidade, ainda surge como grande sabotador, me protegendo de confrontos, responsabilidades e compromissos. Um temor cada vez menos presente, cada vez menos pesado. Mas ainda na espreita. Pronto para atacar.
Transvestida em cores, em um canto mesmo escuto, até iluminado, está a fantasia. Pronta para criar enredos a respeito do passado e futuro. Pronta para elaborar enredos a respeito de eventos, situações, pessoas. Alguns atraentes, outros tenebrosos. Interessantes me protegem do tédio; insidiosos me afastam de pessoas. Pois, ao construir cenários hipotéticos, também elaboram expectativas “fantasiosas”. Sem muito contato com a realidade objetiva, tais expectativas são abre-alas para desapontamentos em série e o isolamento consequente.
Quase no final desta crônica, sou assolada por um pensamento que me assusta. Estes acima fui capaz de reconhecer, descrever e até nomear. Quantos outros habitam meu sótão mental, que são passos desta sofisticada Via Crúcis e que nem sei como são ou como impactam meu pensar, sentir e fazer! Sigo observando a mim mesma, aos impactos que gero nas pessoas com quem encontro e nos resquícios observáveis do meu diálogo interior. Sem chance para o tédio!
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.