<span class="abre-texto">Ratinho Júnior está um pouco longe de ser</span> meu governador preferido, porque eu jamais tive a oportunidade de conversar uma linha com ele, ou tão somente vê-lo passar por perto. Sob o prisma de pessoas próximas e confiáveis, é um político suficiente, no sentido de demonstrar alguma sensibilidade política. Mas essa gente consegue ver as coisas boas de Bolsonaro com a mesma facilidade que baba de ódio por Lula. Fica uma cena estranha.
O estranhamento não consiste em ter uma preferência política, mas na decisão (consciente ou não) de não-diálogo com qualquer proposta que não tenha partido de si mesmo ou de seus grupos.
A generosidade ofertada a Ratinho perde força, esvai-se, em forma de bajulação. Meu argumento é de que o excesso de glórias seja, paradoxalmente, o grande detrator do governador e de seu governo.
A pouca imprensa que existe no estado foi levada à condição de “comunista”, em um fenômeno lento e progressivo, entre demonstrações humilhantes de que o jornalismo somente pode existir se for condescendente nos temas queridos do governador.
A história de sucesso favorita do secretariado é o arquétipo do homem pobre e trabalhador que chegou ao sucesso — uma mentira deslavada, em alguns casos. Há alguns anos, gravei uma entrevista com o vice Darci Piana no Salão Nobre do Palácio Iguaçu. O vídeo não foi bem recebido pela comunicação do governo, à época, por ter ficado “bom demais”. Qualquer estética não-povão estava proibida.
Seus súditos mais próximos são homens ricos, poderosos doadores de campanhas eleitorais, que já não se lembram da pobreza. Não há mal em enriquecer, há mal em nos aborrecer com histórias ruins de sítio, contra verdadeiras histórias maravilhosas de sítio.
O eleitorado, porém, ainda que por amostragem, pensa esmagadoramente ao contrário. Em pesquisa Quaest publicada na semana passada, Ratinho tem 79% de aprovação no Paraná — número que o aproxima de grandes sucessos nacionais. Uma disputa presidencial, nesse cenário, poderia ser muito útil por pelo menos duas razões.
A primeira é que o Paraná jamais se candidatou com a estratégia de realmente ganhar a Presidência — evidentemente, a lamentável participação do senador Alvaro Dias não pode ser contada. As participações tinham aquele andar trôpego da manutenção da visibilidade. Enquanto a segunda é a submissão das ideias paranaenses-paranistas ao escrutínio nacional.
Genericamente, o paranismo é uma espécie de proto-República-de-Curitiba, uma versão ideológica do “Bicho do Paraná”. Um ufanismo estadual.
Essas ideias chegaram às artes plásticas, de modo que o que não falta no Paraná são quadros que retratam araucárias em paisagens vazias. Do ponto de vista artístico, o paranismo lembra o gênio da fotografia Ansel Adams, que produzia imagens violentamente belas a partir de seu isolamento. Adams gostava de troncos impassíveis em suas durezas.
Uma candidatura presidencial seria não somente uma maneira de descobrir, afinal de contas, o que o Paraná representa ou efetivamente contribui para uma ideia de país, mas também um refresco de jornalismo nacional sobre os feitos do governador. No limite, essa graça poderia levar o Paraná ao maior posto do país, o que, diante dos fatos recentes da política, não é exatamente impossível. Ressalve-se, porém, que uma conquista desse tamanho depende de apoios ainda não conquistados.
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.
<span class="abre-texto">Ratinho Júnior está um pouco longe de ser</span> meu governador preferido, porque eu jamais tive a oportunidade de conversar uma linha com ele, ou tão somente vê-lo passar por perto. Sob o prisma de pessoas próximas e confiáveis, é um político suficiente, no sentido de demonstrar alguma sensibilidade política. Mas essa gente consegue ver as coisas boas de Bolsonaro com a mesma facilidade que baba de ódio por Lula. Fica uma cena estranha.
O estranhamento não consiste em ter uma preferência política, mas na decisão (consciente ou não) de não-diálogo com qualquer proposta que não tenha partido de si mesmo ou de seus grupos.
A generosidade ofertada a Ratinho perde força, esvai-se, em forma de bajulação. Meu argumento é de que o excesso de glórias seja, paradoxalmente, o grande detrator do governador e de seu governo.
A pouca imprensa que existe no estado foi levada à condição de “comunista”, em um fenômeno lento e progressivo, entre demonstrações humilhantes de que o jornalismo somente pode existir se for condescendente nos temas queridos do governador.
A história de sucesso favorita do secretariado é o arquétipo do homem pobre e trabalhador que chegou ao sucesso — uma mentira deslavada, em alguns casos. Há alguns anos, gravei uma entrevista com o vice Darci Piana no Salão Nobre do Palácio Iguaçu. O vídeo não foi bem recebido pela comunicação do governo, à época, por ter ficado “bom demais”. Qualquer estética não-povão estava proibida.
Seus súditos mais próximos são homens ricos, poderosos doadores de campanhas eleitorais, que já não se lembram da pobreza. Não há mal em enriquecer, há mal em nos aborrecer com histórias ruins de sítio, contra verdadeiras histórias maravilhosas de sítio.
O eleitorado, porém, ainda que por amostragem, pensa esmagadoramente ao contrário. Em pesquisa Quaest publicada na semana passada, Ratinho tem 79% de aprovação no Paraná — número que o aproxima de grandes sucessos nacionais. Uma disputa presidencial, nesse cenário, poderia ser muito útil por pelo menos duas razões.
A primeira é que o Paraná jamais se candidatou com a estratégia de realmente ganhar a Presidência — evidentemente, a lamentável participação do senador Alvaro Dias não pode ser contada. As participações tinham aquele andar trôpego da manutenção da visibilidade. Enquanto a segunda é a submissão das ideias paranaenses-paranistas ao escrutínio nacional.
Genericamente, o paranismo é uma espécie de proto-República-de-Curitiba, uma versão ideológica do “Bicho do Paraná”. Um ufanismo estadual.
Essas ideias chegaram às artes plásticas, de modo que o que não falta no Paraná são quadros que retratam araucárias em paisagens vazias. Do ponto de vista artístico, o paranismo lembra o gênio da fotografia Ansel Adams, que produzia imagens violentamente belas a partir de seu isolamento. Adams gostava de troncos impassíveis em suas durezas.
Uma candidatura presidencial seria não somente uma maneira de descobrir, afinal de contas, o que o Paraná representa ou efetivamente contribui para uma ideia de país, mas também um refresco de jornalismo nacional sobre os feitos do governador. No limite, essa graça poderia levar o Paraná ao maior posto do país, o que, diante dos fatos recentes da política, não é exatamente impossível. Ressalve-se, porém, que uma conquista desse tamanho depende de apoios ainda não conquistados.
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.