<span class="abre-texto">A atenção prestada ao genocídio em Gaza</span> é flutuante, tanto por parte da imprensa quanto dos interesses de todos nós. É perfeitamente compreensível que se tente evitar contato direto e contínuo com uma realidade que tira o ser humano do papel de coroa da criação. Nós, expostos, hábeis em submissão degradante, e em assassinato pelo menor motivo.
Não sei como as coisas estão aí no seu Instagram. Meus Reels (o conteúdo rolante de vídeos) de pessoas fazendo trapalhadas e piadas cretinas, conteúdo que aprecio muito, são intercalados com fotos e vídeos de crianças mortas, mutiladas ou sendo operadas sem anestesia. Não aparece para mim adulto morrendo, nem metralhadora, nem político discursando. O que se tem são crianças expostas como em um açougue, com os corpos e as almas vendidos aos pedaços.
“Me vê 15 kg de órfão de pai e mãe”, mas “hoje só tem em posta”. Mal acredito que aqueles conteúdos driblam os filtros das plataformas e chegam a esta pequena cidade do interior onde moro.
Para sobreviver às notícias de guerra, é preciso ter uma coragem enorme, mas uma covardia frouxa das explicações fáceis também serve.
Se eu não fizer as mesmas comparações de horror com as crianças mortas pelo Hamas, serei acusado de parcial. E é nesse ponto que a gente se divide, porque dá muito trabalho ver os fatos com alguma distância, sem o apaixonamento que se tem pelas próprias ideias.
Não sei se ninguém, mas pelo menos eu não estou afirmando que uma vida vale menos que a outra.
No meu mapa, consigo ver as coisas parcialmente. Sem uma compreensão do todo, posso transacionar somente com o que tenho acesso. Entra em cena a velha e quixotesca história do passarinho que tenta apagar o incêndio da floresta usando o biquinho.
Não posso e não vou deixar de falar da necessidade da paz em Gaza porque não tenho quarenta anos de estudo sobre o Oriente Médio, ou porque não sou descendente de um prisioneiro de guerra. Aliás, se for para pensar como os analistas de Oriente Médio que produzem em português, prefiro morrer queimado.
Se o presidente Lula cruzou uma linha ao mencionar o Holocausto enquanto se manifestava sobre Gaza, eu sinto muito. Meses atrás, escrevi sobre a inércia do mundo durante a Segunda Guerra Mundial – uma inércia muito parecida com a que se observa hoje.
Engana-se grosseiramente quem pensa que o Holocausto foi o mais baixo nível de destruição a que podemos chegar. Temos potencial para infinitamente mais violência. O nazismo alemão do Terceiro Reich não tem o monopólio da tragédia humana.
Supondo que Lula tenha cometido um erro abominável, como parece ser a leitura do governo de Israel, que o declarou uma pessoa non grata naquele país, pergunto: o que era preciso ter falado para que fôssemos ouvidos? Quais eram as palavras certas?
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.
<span class="abre-texto">A atenção prestada ao genocídio em Gaza</span> é flutuante, tanto por parte da imprensa quanto dos interesses de todos nós. É perfeitamente compreensível que se tente evitar contato direto e contínuo com uma realidade que tira o ser humano do papel de coroa da criação. Nós, expostos, hábeis em submissão degradante, e em assassinato pelo menor motivo.
Não sei como as coisas estão aí no seu Instagram. Meus Reels (o conteúdo rolante de vídeos) de pessoas fazendo trapalhadas e piadas cretinas, conteúdo que aprecio muito, são intercalados com fotos e vídeos de crianças mortas, mutiladas ou sendo operadas sem anestesia. Não aparece para mim adulto morrendo, nem metralhadora, nem político discursando. O que se tem são crianças expostas como em um açougue, com os corpos e as almas vendidos aos pedaços.
“Me vê 15 kg de órfão de pai e mãe”, mas “hoje só tem em posta”. Mal acredito que aqueles conteúdos driblam os filtros das plataformas e chegam a esta pequena cidade do interior onde moro.
Para sobreviver às notícias de guerra, é preciso ter uma coragem enorme, mas uma covardia frouxa das explicações fáceis também serve.
Se eu não fizer as mesmas comparações de horror com as crianças mortas pelo Hamas, serei acusado de parcial. E é nesse ponto que a gente se divide, porque dá muito trabalho ver os fatos com alguma distância, sem o apaixonamento que se tem pelas próprias ideias.
Não sei se ninguém, mas pelo menos eu não estou afirmando que uma vida vale menos que a outra.
No meu mapa, consigo ver as coisas parcialmente. Sem uma compreensão do todo, posso transacionar somente com o que tenho acesso. Entra em cena a velha e quixotesca história do passarinho que tenta apagar o incêndio da floresta usando o biquinho.
Não posso e não vou deixar de falar da necessidade da paz em Gaza porque não tenho quarenta anos de estudo sobre o Oriente Médio, ou porque não sou descendente de um prisioneiro de guerra. Aliás, se for para pensar como os analistas de Oriente Médio que produzem em português, prefiro morrer queimado.
Se o presidente Lula cruzou uma linha ao mencionar o Holocausto enquanto se manifestava sobre Gaza, eu sinto muito. Meses atrás, escrevi sobre a inércia do mundo durante a Segunda Guerra Mundial – uma inércia muito parecida com a que se observa hoje.
Engana-se grosseiramente quem pensa que o Holocausto foi o mais baixo nível de destruição a que podemos chegar. Temos potencial para infinitamente mais violência. O nazismo alemão do Terceiro Reich não tem o monopólio da tragédia humana.
Supondo que Lula tenha cometido um erro abominável, como parece ser a leitura do governo de Israel, que o declarou uma pessoa non grata naquele país, pergunto: o que era preciso ter falado para que fôssemos ouvidos? Quais eram as palavras certas?
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.