Nesta quarta-feira (3), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná dá continuidade ao julgamento que pode cassar o mandato do senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato.

A sessão está agendada para as 14h e analisa as acusações de abuso de poder econômico pela suposta realização de gastos irregulares no período de pré-campanha das eleições passadas.

Em 2021, Moro estava no Podemos e realizou atos de pré-candidatura à Presidência da República. As acusações alegam que houve uma "desvantagem ilícita" para os demais candidatos ao Senado, devido aos "altos investimentos financeiros" feitos antes de sua mudança para o partido União.

Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), cerca de R$ 2 milhões do Fundo Partidário foram gastos com o evento de filiação de Moro ao Podemos e com a contratação de produção de vídeos para promoção pessoal, além de consultorias eleitorais.

Até o momento, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, relator do caso, votou contra a cassação, argumentando que os valores são divergentes e não é possível afirmar que foram excessivos.

O PL apontou supostos gastos irregulares de R$ 7 milhões. Para o PT, foram R$ 21 milhões. O Ministério Público concluiu que o valor chega a R$ 2 milhões.

Na sessão de hoje, a votação conta com a participação dos desembargadores José Rodrigo Sade, Claudia Cristina Cristofani, Julio Jacob Junior, Anderson Ricardo Fogaça, Guilherme Frederico Hernandes Denz e Sigurd Roberto Bengtsson, presidente do TRE.

Em caso de cassação pelo TRE, Moro não deixará o cargo imediatamente porque a defesa poderá recorrer ao TSE. Se a cassação for mantida pelo TSE, novas eleições serão convocadas no Paraná para preencher a vaga do senador. Ele ainda ficará inelegível por oito anos.