Propostas de estímulo à leitura ganham força com a assinatura do decreto que regulamenta a Política Nacional de Leitura e Escrita, realizada na quinta-feira (5) pelo presidente Lula. A iniciativa possibilitará a criação de um novo Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL) pelo governo federal, com o objetivo de aumentar o número de leitores no Brasil.

Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), defende que a combinação de livros digitais e impressos pode ser uma solução. Experiências internacionais, como observadas na Suécia, mostraram que o uso exclusivo de livros digitais resultou em uma pior assimilação dos conteúdos pelos alunos. 

Apesar dessa constatação, Cid considera que a versão eletrônica pode ser um recurso para locais em que o transporte de volumes é complicado, além de ampliar o acesso a livros especializados. Nestes casos, a biblioteca física poderia complementar a digital. 

"Grande parte das classes socialmente desfavorecidas está em municípios de difícil acesso. Sabemos das dificuldades dos jovens para chegar à escola e ao trabalho. Da mesma forma, o livro enfrenta barreiras para chegar até eles”, recorda.

"Podemos ter um mix de soluções: bibliotecas físicas em municípios tradicionais e, em municípios com acesso mais complicado, ter um conjunto de produtos impressos que chegam paulatinamente, junto com livros digitais de disponibilidade imediata", adiciona Cid.

Pierre André Ruprecht, diretor executivo da biblioteca digital SP Leituras, destaca que o decreto é fundamental para a implementação de ações concretas no estímulo à leitura. "Trata-se de um compromisso real com o desenvolvimento de políticas públicas que tornem o Brasil um país leitor, com maior acesso à literatura e ao conhecimento", conclui.