O novo advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, mudou de versão e negou ao jornal Estadão que o cliente vá responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela venda ilegal de joias da União. Bitencourt é reconhecido por ser "um dos maiores penalistas vivos do Brasil".

A reportagem da Veja, publicada ontem (17), diz que "no caso dos presentes, [Cid] vai confirmar que participou da venda das joias nos Estados Unidos, providenciou a transferência para o Brasil do dinheiro arrecadado e o entregou a Jair Bolsonaro — em espécie". A afirmação é atribuída a Bitencourt e foi confirmada por outros veículos que repercutem o assunto desde então.

Tal frouxidão e imprecisão leva ao ditado popular: "tem gato na tuba".

Se a intenção de Bitencourt foi constranger a imprensa, o tiro saiu pela culatra. Sua contradição voluntária o tirou da capa do maior portal de notícias do país. Esse mesmo portal também não quis saber da trapalhada. Ou seja, o noticiário, que geralmente come com farofa, demonstra algum "anticorpo" contra teatros jurídicos.

Mas fica também um gosto de cavalo de troia. Em última análise, Cid é o dono de sua defesa. Ao enfraquecer a credibilidade de Cid, o advogado favorece automaticamente o ex-presidente. O preço dessa benevolência é a degeneração moral da família Cid e, por consequência, uma banana bolsonarista para as Forças Armadas.