O deputado federal Zeca Dirceu disse que a grande presença no ato por candidatura própria a prefeito de Curitiba na noite desta segunda-feira (19), mostrou a "expressiva adesão" da base, militância, lideranças e da maioria dos parlamentares (duas vereadoras, três deputados estaduais e dois deputados federais) ao protagonismo do PT na frente partidária articulada com o PSB e PDT mais a Federação Brasil Esperança (PT, PV e PCdoB).

"Está evidente que a base, a militância do PT quer, deseja e vai lutar muito, vai trabalhar muito por candidatura própria, inclusive com muito respeito no sentido de convencer dirigentes nacionais e estaduais que pensam diferente disso", disse Zeca Dirceu nesta entrevista sobre o resultado do encontro no Sindicato dos Bancários.

O ato reuniu ainda as vereadoras Giorgia Prates e Professora Josete; a deputada federal Carol Dartora; os deputados estaduais Professor Lemos, Renato Freitas, Requião Filho; o deputado federal Tadeu Veneri; o ex-governador Roberto Requião; o advogado Felipe Magal, Delegado Pedro Felipe; o vereador Ângelo Vanhoni, presidente do diretório municipal; e o presidente da CUT-PR, Márcio Killer.

"Vamos levar o resultado dessa grande plenária aos dirigentes nacionais do PT. Quero fazer uma fala ao próprio presidente Lula para que a verdade prevaleça. Algumas teses que estão sendo propagadas não condizem com a realidade", disse Zeca Dirceu que junto com Carol Dartora e Felipe Magal são pré-candidatos na disputa pela prefeitura de Curitiba.

"Sou pré-candidato, porque há um número muito grande de lideranças defendendo, propondo, me convidando para esse desafio. Agora, não sou candidato da minha cabeça, não é uma vaidade pessoal. Eu vou aguardar a decisão do partido, estou colocando meu nome, fui prefeito duas vezes (em Cruzeiro do Oeste), entendo como ninguém como funciona a gestão municipal", disse Zeca Dirceu.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Qual sua avaliação sobre a realização do ato em defesa da candidatura própria do PT em Curitiba?
No mês passado, uma das correntes, tendência, agrupamento do PT do Paraná, a CNB, já tinha feito um evento onde apareceu com muita força a tese da candidatura própria, apesar de dirigentes pensarem diferente disso. A convocação do ato de hoje (segunda-feira, 19) teve como objetivo - e foi alcançado esse objetivo - de unir deputadas e deputados estaduais e federais, vereadoras e vereadores das mais diferentes pendências, agrupamentos na defesa da candidatura própria. E o ato foi um grande sucesso pelo conteúdo que o debate que foi feito.

O ato teve adesão e a tese da candidatura tem adesão por parte da militância, da direção do partido no município e de parlamentares para levar adiante essa defesa?
Sem dúvida nenhuma. A adesão foi muito grande. Estiveram presentes os três vereadores que representam o PT na Câmara Municipal de Curitiba, inclusive o presidente do partido o Ângelo Vanhoni; de três dos cinco deputados federais do PT e de três do sete deputados estaduais, sendo que os deputados estaduais ausentes dois deles são do interior do estado e um que tiveram aqui por motivos óbvios; do ex-governador Roberto Requião. Mas além disso, estavam representantes de zonais do partido, dos bairros, representantes de associações, de sindicatos, de entidades, das centrais sindicais. Para mim está evidente que a base, a militância do PT quer, deseja e vai lutar muito, vai trabalhar muito por candidatura própria, inclusive com muito respeito no sentido de convencer dirigentes nacionais, estaduais que pensam diferente disso.

Por que o deputado é defensor da candidatura própria à prefeitura? Isso influencia ou fragiliza de alguma forma o apoio da base do governo no Congresso?
É falsa a tese de que a decisão que vai ainda ser tomada em Curitiba gere qualquer tipo de influência no tamanho da base do presidente Lula no Congresso Nacional. Eu, inclusive, tenho desafiado, desafio novamente que alguém que defenda essa tese me fale um o deputado federal que vai ser influenciado por essa decisão. Alguém que é apoiador do governo que vá mudar de lado ou alguém que está na oposição e que vai vir votar com o presidente Lula, com o governo a partir da decisão em Curitiba. Não existe, não tem. A influência é zero em relação ao comportamento dos 30 deputados do Paraná no Congresso Nacional.

O senhor é pré-candidato à prefeitura de Curitiba?
Sou pré-candidato, porque há um número muito grande de lideranças defendendo, propondo, me convidando para esse desafio. Agora, não sou candidato da minha cabeça, não é uma vaidade pessoal. Eu vou aguardar a decisão do partido, estou colocando meu nome, fui prefeito duas vezes (em Cruzeiro do Oeste), entendo como ninguém como funciona a gestão municipal. Em Cruzeiro do Oeste, fui prefeito premiado, Amigo da Criança, Prefeito Empreendedor do Sebrae, tirei a cidade do zero e coloquei em dois, três anos, 70% das crianças na educação integral. Ganhei prêmios da geração de emprego, pelo apoio à agricultura familiar, pela aquisição local de alimentos.  E também acumulei por quatro mandatos de deputado federal, uma outra experiência que eu julgo fundamental, que é da articulação política, da relação com quem é e pensa diferente da gente, da relação com os outros partidos, que tenho certeza que vai decisiva para ganhar a eleição e governar bem a cidade.

Quais os próximos passos daqui pra frente? Quando o partido vai bater o martelo nessa questão?
Nós vamos levar o resultado dessa plenária, desta grande reunião aos dirigentes nacionais do PT. Quero fazer uma fala inclusive direcionada ao próprio presidente Lula para que a verdade prevaleça. Algumas teses que estão sendo propagadas não condizem com a realidade. O presidente Lula precisa ter conhecimento do que é a realidade, do que é a verdade, qual é o contexto real do Paraná e também de Curitiba. E isso não desmonta, isso não vai em desacordo com a construção de uma frente ampla. Até porque o PDT já apresentou candidato, o PSB já apresentou o seu candidato. Se outros partidos que estão na frente, tiveram direito e apresentaram seus candidatos, é claro que o PT também tem esse direito e deve fazer isso. Até para poder construir a frente de maneira igualitária.